No Hospital Provincial de Quelimane (HPQ), já funciona uma célula do partido Frelimo, desde semana passada.
Num encontro que teve lugar na sala de reuniões daquele maior centro hospitalar da província da Zambézia, para além de mais de duas dezenas de funcionários, estiveram presentes a nova directora Clínica, Nélia da Graça Muthisse, Rosa Savaio, administradora daquele hospital.
E não só, na criação desta célula numa instituição do estado, foram indicados os funcionários José Arlindo, Noel Américo e Azubay Zabura, para dirigirem uma comissão que tem como missão angariar membros para fazerem parte daquela célula.
E, dias atrás, foram entregues cartões para os membros daquela célula, embora não tenha sido da vontade de todos.
Murmúrios e contestações
Afinal não são todos que caíram na onda de criar uma célula dentro duma unidade hospitalar como é o caso do Hospital Provincial de Quelimane.
Os funcionários que contactaram jornal DZ mostraram claramente a sua insatisfação face a estas manobras estranhas que o partido Frelimo, através dum grupo de pessoas, tenta fazer no HPQ.
“Não entendemos o porquê de andarem a obrigar-nos a estar num partido que não apoiamos, mas iremos ficar só para não perdemos o pão” – disseram dois funcionários que, por razões óbvias, não serão divulgados.
E não só isso, o DZ soube das mesmas fontes que tudo isso é obra da chefia que visa agradar o partido para manterem-se como chefes, só que esta maneira de agir acaba, na óptica destes funcionários, “minando” o desempenho dos funcionários.
Porque é que alguns negam a partidarização do estado?
No país, o assunto de que o estado anda partidarizado não é de hoje. Quase todos moçambicanos, quando são inquiridos por diversas instituições, não têm outra resposta.
“O estado está sim partidarizado, porque funcionam células nas instituições públicas” – dizem. E aqui está um exemplo claro de criação de células nas instituições públicas.
Antes falava-se sobre este assunto na direcção provincial da Agricultura, onde um funcionário andava a recolher cartões de eleitores, logo nas vésperas das eleições intercalares de Dezembro passado. E agora, o HPQ é mais um exemplo de que o estado está partidarizado.