Um incêndio que atingiu o armazém de um mercado nos arredores de Moscovo matou nesta terça-feira 17 estrangeiros de ex-repúblicas soviéticas, afirmaram autoridades de emergência e a mídia russa. A maioria das vítimas era do Tajiquistão e outras podem ter vindo de outros Estados da Ásia Central, segundo a mídia, depois de um acidente na madrugada que destacou as condições perigosas de trabalho às quais muitos imigrantes são submetidos na Rússia.
Aparentemente os imigrantes viviam em quartos improvisados nos fundos de um prédio de dois andares usado como depósito de metal num mercado de material de construção. “O espaço não foi feito para pessoas viverem”, disse o vice-chefe do Departamento de Situações de Emergência, Sergei Gorbunov, segundo a agência de notícias estatal RIA, no distrito sudoeste de Moscovo.
Autoridades abriram uma investigação criminal por suspeita de negligência fatal das regras de segurança contra incêndio.
“Por que as pessoas estavam a viver lá e qual relação elas tinham com o mercado serão estabelecidos pela investigação”, acrescentou.
Foi o incêndio mais fatal em Moscovo desde que um hospital para tratamento de dependentes de droga foi atingido pelo fogo em dezembro de 2006, matando 46 pacientes, informou a Interfax.
Milhões de imigrantes de ex-repúblicas soviéticas mais pobres, como Tajiquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Moldávia, trabalham em construções ou fazem trabalhos braçais na Rússia. Muitos deles estão ilegalmente no país, trabalham em Moscovo ou nos arredores da capital russa e moram em espaços apertados alugados pelos seus empregadores.