Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Alto-Molócuè: partos tradicionais num centro de saúde

Alto-Molócuè: partos tradicionais num centro de saúde

Uma parteira tradicional, que possui mais de trinta anos de experiência, está a substituir a enfermeira do Serviço Materno Infantil do Centro de Saúde da Localidade de Caiaia, no posto administrativo sede de Alto-Molócuè, de nome Bernardete.

A referida enfermeira, cujo paradeiro é desconhecido, está há mais de uma semana sem assistir às gestantes que se dirigem àquela unidade sanitária para darem à luz. Trata-se de Maria Monteiro Paulino, parteira tradicional residente na localidade de Caiaia, que tem prestado assistido às parturientes, apesar de não reunir requisitos para tal, se não a experiência acumulada durante trinta anos.

Formada pela Visão Mundial no âmbito de um projecto denominado Coach, Maria Paulino já assistiu a mais de 100 partos, dos quais três resultaram em óbitos. Hoje, lamenta apenas o facto de estar a trabalhar sem condições nas comunidades, apesar de, após a formação, ter recebido um equipamento constituído por materiais tais como luvas, bisturis e desinfectantes, para que pudesse garantir a higiene durante os partos.

Riscos de saúde para mães e bebés

Entretanto, algumas mães mostram-se preocupadas com a falta de consideração por parte da enfermeira Bernardete, responsável pelos serviços de maternidade naquela zona, uma vez que esta está sempre ausente do seu posto de trabalho e, muitas vezes, os bebés nascem sem passar pelos serviços de Prevenção de Transmissão Vertical (PTV), existentes nas consultas pré-natais para evitar que, caso a mãe esteja infectada pelo HIV, este não seja transmitido ao filho.

Director distrital da saúde é político?

Face a este problema, tentámos ouvir o director distrital de Saúde, o que não foi possível porque este se encontrava numa reunião do governo distrital, facto considerado normal. Ficámos a saber ainda que os médicos responsáveis também estavam no referido encontro, deixando os utentes e pacientes nas filas.

Entretanto, o pessoal de saúde afecto àquele centro de saúde lamenta o facto de não estar a ser respeitado pelo corpo directivo, o que faz com que haja mau atendimento.

“Um colega nosso perdeu a vida porque foi obrigado a trabalhar doente. Quando o seu estado se deteriorou, os familiares pediram uma ambulância mas a direcção não a disponibilizou alegadamente porque não tinha combustível, o que não é verdade”.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts