A União Europeia (UE) compromete-se a desembolsar 67,3 milhões de euros destinados a acelerar as acções do governo moçambicano na concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s).
Com efeito, o governo moçambicano e a União Europeia, representados pelo vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, e pelo representante da UE, Paul Malin, rubricaram, Quarta-feira, em Maputo, o acordo formal para este financiamento.
Paul Malin disse, momentos após a formalização do acordo, que o apoio dado ao país deve ser justificado com resultados concretos e visíveis, num processo que tem como bandeira a transparência e a boa governação.
“Mesmo dentro de uma crise financeira, a Europa continua a ser um parceirochave para os governos do mundo em desenvolvimento. Mas não nos enganemos: o clima para a assistência para o desenvolvimento está a mudar. O status quando já não se aplicará, teremos de trabalhar duramente, em conjunto, para justificar o nosso financiamento”, disse Malin, citado, Quinta-feira, pelo diário “O Pais”, editado na capital moçambicana.
Na ocasião, aquele diplomata falou da necessidade dos contribuintes ficarem convencidos de que o seu dinheiro está a ser devidamente usado para os fins propostos e de forma transparente, sublinhando que “embora o nosso compromisso com o desenvolvimento não tenha mudado, a nossa forma de proceder mudará”.
O diplomata disse que o apoio dado pela UE para a aceleração do processo de alcance dos ODM’s justifica-se pelo facto de Moçambique ser um país “onde, apesar de taxas muito elevadas de crescimento, a pobreza se situar a níveis altos que todos os consideram inaceitáveis”.
Por seu turno, o Executivo moçambicano promete usar o valor para atacar a desnutrição, um dos problemas que pode comprometer o alcance dos ODM’s.
“Pretendemos, com esta iniciativa, acelerar o alcance dos ODM’s (erradicar a pobreza absoluta e reduzir a fome) em Moçambique, através da redução dos níveis de insegurança alimentar e de mal nutrição crónica, dos actuais 35 e 44 por cento para 25 e 30 por cento, respectivamente”, afirmou Banze.
Segundo o vice-Ministro, o Governo vai disponibilizar alimentos, através do aumento da produção e da produtividade, incrementar o acesso a alimentos de qualidade, melhorar as ligações com o mercado, bem como aumentar o uso de alimentos nutritivos.
O apoio, que deverá beneficiar 4,5 milhões de pessoas, visa acelerar o alcance dos ODM’s nos países em desenvolvimento. A
UE já se comprometeu a oferecer um bilião de euros. Os primeiros 700 milhões de euros foram atribuídos na base de uma avaliação de necessidades feitas por cada Governo.
Moçambique identificou a segurança alimentar como prioridade. Com os 67,3 milhões de euros, Moçambique passou a ser o maior beneficiário da iniciativa.