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Chefe militar não revela quando devolverá o poder a civis no Mali

Chefe militar não revela quando devolverá o poder a civis no Mali

O capitão Amadou Haye Sanogo, chefe da Junta Militar que derrubou o presidente do Mali, Amadou Toumani Touré, na passada quarta-feira (21), não revelou quando devolverá o poder a um governo civil e afirmou que o país vive uma “situação difícil”.

Em discurso à nação transmitido na noite de segunda-feira pela televisão estatal “ORTM”, Sanogo, chefe do Comitê Nacional para a Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado (CNRDRE), fez uma chamada à classe política e à sociedade civil para que se unam aos golpistas a fim de “encontrar o caminho mais curto rumo a uma vida constitucional normal”.

“A situação é difícil, mas superável e hoje é preciso manter a esperança”, declarou o chefe da Junta antes de dirigir uma mensagem tranquilizadora aos seus concidadãos e à comunidade internacional na qual mostrou “uma vontade de recondução à democracia”.

O capitão Sanogo não indicou quando devolverá o poder a um governo civil nem fez menção alguma às eleições gerais que deveriam acontecer no dia 29 de abril.

“O CNRDRE decidiu assumir as suas responsabilidades a fim de evitar o caos”, limitou-se a dizer antes de reprovar mais uma vez o presidente deposto e sua má gestão da crise no norte de Mali, palco desde meados de janeiro de uma rebelião armada dos separatistas do Movimento Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA).

Estes separatistas reivindicam a independência de Azawad, no norte do país, e afirmam que controlam 70% do território após expulsar as forças do regime. Além disso, convidou a região, o continente africano e os parceiros internacionais do seu país a “acompanhar o CNRDRE nestes momentos difíceis”.

Para o capitão Sanogo, a operação na qual derrubou o presidente Touré, respondia a “exigências sociopolíticas”.

O militar pediu aos rebeldes tuaregues para que cessem os combates e mostrou-se disposto a iniciar conversas com eles, antes de advertir que tudo é negociável, “exceto a unidade de Mali e a integridade de seu território”.

Pouco antes de seu discurso, o CNRDRE anunciou em comunicado que o espaço aéreo, fechado depois do golpe de Estado da quinta-feira passada, foi parcialmente reaberto esta tarde essencialmente para voos civis, e que as fronteiras terrestres foram também reabertas a fim de facilitar o trânsito de mercadorias.

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