Vinte e três associações de pequenos produtores de cana sacarina foram criadas em Moçambique através de um financiamento da União Europeia (EU) de dois milhões de euros para o programa de expansão de áreas de produção da cana, formação profissional e provisão de serviços sociais como Educação, Saúde, Habitação e Saneamento do Meio.
Estas agremiações de camponeses do sector familiar produziram, em 2011, cerca de 338.540 toneladas de cana sacarina numa área de pouco mais de quatro mil hectares das açucareiras de Mafambisse e Marromeu, na província central de Sofala, e de Xinavane e Maragra, na meridional província do Maputo.
O financiamento foi feito no âmbito da implementação do Plano de Acção do Sector Açucareiro da União Europeia que arrancou em 2008 e as referidas 23 associações congregam mais de dois mil camponeses envolvidos na produção da cana sacarina para venda às fábricas açucareiras moçambicanas.
Impacto social nas zonas rurais
Entretanto, centenas de camponeses das províncias de Gaza, Inhambane, Tete, Zambézia, Maputo e Sofala, onde estão localizadas as quatro açucareiras moçambicanas, já têm emprego garantido naquelas unidades económicas, provocando “um impacto socioeconómico marcante no que diz respeito à criação de emprego nas zonas rurais, onde os níveis de pobreza são mais acentuados e a disponibilidade de emprego é relativamente baixa”, segundo o Centro de Promoção Agrária (CEPAGRI) do Ministro da Agricultura.
Presentemente, as quatro empresas açucareiras moçambicanas empregam directamente cerca de 28.150 trabalhadores, entre permanentes e sazonais, o equivalente a 23.727 postos de emprego a tempo inteiro, segundo ainda CEPAGRI que explica que as empresas que se dedicam ao corte e transporte da cana e os canavieiros independentes empregam uma média de cinco mil assalariados entre permanentes e sazonais.
O número global de postos de emprego criados no sector açucareiro eleva, assim, para cerca de 35 mil trabalhadores, em 2011, dos quais cerca de 16% são da taxa de participação da mulher nas actividades da indústria açucareira em Moçambique.
Refira-se, entretanto, que, no âmbito da implementação do Plano de Acção financiado pela União Europeia, cerca de 80% do valor total do plano são destinados à componente de aumento de produção de cana através de pequenos e médios produtores, enquanto os restantes 20% são para serviços sociais e formação.