O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) diz que está preocupado com a falta da cultura de estatística entre a maioria das instituições públicas e privadas, incluindo nas esferas governamentais “a todos os níveis” e de agentes económicos.
De acordo com o INE, esta situação acaba empurrando estes mesmos intervenientes a, amiúde, recorrerem a dados estatísticos de fora do país para qualquer projecto de desenvolvimento socioeconómico.
“Os dados estatísticos oficiais não estão a ser devidamente utilizados no país por falta de cultura estatística dos moçambicanos”, lamentou Cirilo Tembe, director do Departamento de Integração, Coordenação e Relações Externas e porta-voz do INE.
Indicou que o INE tem reconhecimento internacional no que respeita à produção de dados estatísticos de qualidade, “mas notamos a secundarização do uso destes dados, particularmente, pelos governos distritais, apesar de saberem que nós, INE, já produzimos informação estatística de nível distrital fornecida por agentes económicos locais”.
Acrescentou que o não uso desta informação está a desvalorizar os seus fornecedores que “são agentes económicos baseados nos distritos, onde desenvolvem as suas actividades de desenvolvimento do país”, enfatizou Tembe, evitando entrar em pormenores sobre as instituições em concreto que têm vindo a desvalorizar esta informação, recorrendo à informação disponibilizada a partir de fora de Moçambique.
Cirilo Tembe falava esta segunda-feira, no Maputo, à imprensa à margem da cerimónia de abertura do 15º Conselho Consultivo do INE destinado à apreciação do nível de execução das actividades inscritas no plano de actividades do Sistema Estatístico Nacional de 2011.
O encontro vai ainda debruçar-se sobre o draft do Plano Estratégico do Sistema Nacional Estatístico para o quinquénio 2013/2017 e respectivo plano de acção e orçamento e nele participam directores nacionais e delegados provinciais da instituição e convidados do Banco de Moçambique (BM).

