Por quase duas horas, Domingo, o artista dissidente Ai Weiwei pôde manter uma conta num micro-blogue como o Twitter, o weibo, levantando por pouco tempo a esperança de que o governo chinês havia diminuído o seu rígido controle da comunicação online.
O primeiro post de Ai no micro-blogue dizia: “Testando. Ai Weiwei. 18 de Março de 2012. “
A conta do artista chinês na plataforma do micro-blogue mais famosa da China, a operadora Sina, atraiu 10.680 seguidores nesse breve período, afirmou Ai Weiwei à Reuters, Segunda-feira, incluindo o comentário em tom animado: “O momento chegou. Os céus mudaram na China.”
Pouco depois, no entanto, a conta estava inacessível, aparentemente apagada por censores do governo. Ai é um proeminente crítico social que foi detido sem acusação, ano passado, por 81 dias até a sua libertação condicional, em Junho.
Ele disse que usou o seu número de segurança social para registar a conta no micro-blogue depois de descobrir que o seu nome, inesperadamente, não estava mais bloqueado.
“Os controles são muito fortes,” Ai, disse à Reuters por telefone. “Eles são muito inseguros, não estão prontos para qualquer tipo de mudança.”
Não ficou claro o que causou a brecha na “Grande Firewall” da China, uma vez que os operadores do micro-blogue, como a Sina, cumprem ordens do governo e monitoram o conteúdo, bloqueiam e removem comentários considerados inaceitáveis ou muito delicados.
A Sina não respondeu às diversas ligações para o contacto.
Censura
A China filtra e bloqueia fortemente a Internet e sites estrangeiros de redes sociais como Facebook e Twitter, temendo que o acesso não restrito poderia levar à instabilidade no país.
Ai disse que a sua conta foi excluída depois da meia-noite da Segunda-feira, substituída por uma mensagem que dizia: “Erro. usuário Inválido da Weibo “.
Ele disse que esta foi a primeira vez que ele conseguiu criar uma conta Weibo. Ai é activo no Twitter e tem mais de 131.000 seguidores.
Ele é um crítico do Partido Comunista e já pronunciou-se sobre vários temas, desde a atribuição do Prémio Nobel da Paz em 2010 ao dissidente chinês Liu Xiaobo à restrição da Internet no país.