Pelo menos quatro pessoas, inclusive três crianças, foram mortas nesta segunda-feira numa escola judaica de Toulouse, no terceiro tiroteio com mortes em pouco mais de uma semana no sudoeste da França.
O presidente Nicolas Sarkozy e o seu adversário eleitoral François Hollande cancelaram compromissos e foram ao local dos crimes para manifestar solidariedade às vítimas e defender reforços na segurança. Sarkozy disse haver evidente semelhança entre o ataque à escolha e os realizados contra os três soldados.
“Nós estamos abalados pela similaridade entre o modus operandi do drama de hoje e o daqueles da semana passada, mesmo que tenhamos de esperar para ter mais elementos por parte da polícia para confirmar essa hipótese”, afirmou em Toulouse.
Sarkozy disse que um dos soldados mortos nos incidentes da semana passada era de origem caribenha e os outros dois, muçulmanos.
Os incidentes podem levar a questão da segurança para o topo da campanha com vistas à eleição presidencial de abril, que até agora tem sido dominada por questões de política tributária e imigração.
Os três casos recentes estão sendo investigados por promotores. O promotor Michel Valet, de Toulouse, disse que um homem armado matou um professor de hebraico, de 30 anos, e dois filhos dele, de 3 e 6 anos, além de outra criança. Um jovem de 17 anos também foi baleado e está hospitalizado.
“O agressor estava a atirar nas pessoas em frente à escola, então perseguiu as crianças dentro da escola, antes de fugir em uma moto pesada”, disse Valet a jornalistas. O agressor usava uma arma de alto calibre e outra arma. Mas as autoridades não souberam dizer se essas eram as mesmas armas usadas na morte de três soldados em dois incidentes na semana passada na vizinha localidade de Montauban, cometidos por um homem que fugiu de motoneta.
Um porta-voz do Ministério do Interior disse que a segurança está sendo reforçada em todas as escolas judaicas do país.
A pequena escola Ozar Hatorah, num bairro arborizado e rico de Toulouse, registrou cenas caóticas depois da agressão, com pais chorando e procurando os filhos. “Vi duas pessoas mortas em frente à escola, um adulto e uma criança (…). Dentro era uma visão de horror, os corpos de duas crianças pequenas”, disse o pai de um aluno, abalado, à rádio RTL. “Não encontrei o meu filho; aparentemente ele fugiu quando viu o que aconteceu. Como podem atacar algo tão sagrado quanto uma escola, atacar crianças de apenas 60 centímetros de altura?”
A chancelaria israelita manifestou perplexidade com o massacre, e disse confiar na investigação francesa.