Promotores ordenaram o julgamento de 75 pessoas, incluindo o chefe de segurança na cidade de Port Said, acusadas de causarem o pior desastre num estádio de futebol no Egito, em que o policiamento negligente foi responsabilizado pela morte de 74 adeptos.
“Os acusados foram enviados para uma corte criminal sob acusações de cometerem homicídios intencionais e premeditados”, afirmou o gabinete do promotor geral, num comunicado, esta Quinta-feira.
A repressão aconteceu depois da invasão do campo quando a equipa al-Masry, de Port Said, derrotou o Al Ahli, do Cairo, o clube mais bem sucedido da África, no dia 2 de Fevereiro.
As portas de aço do estádio foram travadas, prendendo os torcedores que tentavam escapar das arquibancadas e dezenas de pessoas foram esmagadas até a morte, segundo testemunhas.
Muitos torcedores culparam o governo por não enviar um contingente policial suficiente ao estádio dada a tensão da partida, e muitos acreditam que a violência foi iniciada por grupos contratados.
Pelo menos mil pessoas ficaram feridas. os torcedores de futebol egípcios conhecidos como “Ultras” fizeram parte da linha de frente dos protestos públicos que levaram à queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, e nos protestos subsequentes contra os generais do Exército que assumiram o poder depois da queda de Mubarak.
Um inquérito parlamentar culpou tanto os torcedores como o mau policiamento, e o chefe da segurança de Port Said, Essam Samak, foi demitido.
A televisão estatal informou que nove das 75 pessoas que serão julgadas são oficiais da polícia. Dois são menores de idade e serão submetidos a uma corte juvenil.