Israel e facções militantes na Faixa de Gaza concordaram com uma trégua, mediada pelo Egito, para encerrar quatro dias de violência na fronteira, disse à Reuters, Terça-feira, uma autoridade de segurança egípcia.
O funcionário afirmou que ambos os lados “concordaram em acabar com as actuais operações”, incluindo a promessa incomum de Israel de “parar com assassinatos”.Esta Segunda-feira, os aviões israelitas bombardearam novamente a Faixa de Gaza, e os militantes palestinos lançaram mais foguetes contra Israel, no quarto dia de hostilidades, com um saldo até agora de 25 mortos.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, lamentou a situação, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu moderação.
A Liga Árabe pediu à ONU que intervenha para interromper o conflito. As fontes médicas disseram que, desde Sexta-feira, já foram mortos 20 militantes e 5 civis na Faixa de Gaza, e que 80 pessoas, a maioria civis, ficaram feridas.
No lado israelita, houve pelo menos oito feridos. Os bombardeios israelitas de Segunda-feira mataram quatro militantes e um idoso com a sua filha, segundo as autoridades locais.
O ataque mais recente aconteceu já ao anoitecer, matando dois militantes perto da Cidade de Gaza, segundo as fontes hospitalares.
Um palestino de 15 anos morreu anteriormente numa explosão que os palestinos atribuíram a um míssil de Israel. Os militares israelitas negaram ter cometido esse ataque.
Cerca de 40 foguetes, dos quais pelo menos 20 foram interceptados por um sistema anti-mísseis de Israel, foram disparados contra o Estado judeu, ferindo três pessoas, segundo a polícia.
Três desses foguetes atingiram a cidade israelita de Ashkelon logo antes do último bombardeio israelita.
A Faixa de Gaza é governada pelo grupo islâmico Hamas, cujos integrantes não participam dos actuais confrontos.
O grupo disse, Domingo, que o vizinho Egito estava empenhado em conter a violência e a fazer consultas a outros militantes.
Uma fonte oficial palestina próxima à mediação disse à Reuters que Israel havia concordado com um cessar-fogo a partir da meia-noite.
Mas a Jihad Islâmica, facção apoiada por Israel e responsável por disparar a maioria dos foguetes, disse que uma eventual trégua deveria incluir um compromisso israelita de “acabar com os assassinatos”.
Os confrontos começaram depois de dois dirigentes da facção Comités Populares de Resistência, acusados por Israel de tramarem um ataque ao seu território a partir do Sinai (Egito), foram mortos, Sexta-feira, por um bombardeio israelita.
Israel havia sinalizado que não abriria mão do que chama de operações “preventivas” para evitar ataques palestinos com foguetes ou com a infiltração de militantes.
“O Exército israelita vai continuar a atacar os terroristas em Gaza com força e determinação”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Falando a deputados do seu partido, o direitista Likud acrescentou que o Exército está preparado para ampliar as operações e manté-las pelo tempo que for preciso.
A situação lembra o conflito de 2008-09 em Gaza, que matou 13 israelitas e cerca de 1.400 palestinos.