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Assad rejeita propostas de Annan e tropas atacam Idlib

O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse neste sábado ao enviado especial conjunto da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, que não há nenhuma possibilidade de uma solução política na Síria enquanto grupos “terroristas” estiverem a tentar desestabilizar o país. “A Síria está pronta para garantir o êxito de qualquer esforço honesto para encontrar uma solução para os acontecimentos que ela está testemunhando”, afirmou Assad, de acordo com a agência de notícias estatal SANA.

“Nenhum diálogo político ou atividade política poderão ser bem sucedidos enquanto houver grupos terroristas armados a operar e a espalharem o caos e a instabilidade”, disse o líder sírio depois de cerca de duas horas de reunião com o ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas.

Um porta-voz da ONU disse que Annan havia feito propostas a Assad para acabar com a violência e os assassinatos, permitir o acesso das agências humanitárias, libertar os detidos e iniciar um diálogo político na Síria.

As conversações foram “sinceras e abrangentes”, teria dito Annan. Ele vai encontrar-se com o presidente Assad novamente no domingo, antes de deixar a Síria para visitar o Catar.

Mais tarde neste sábado, Annan encontrou-se com líderes da oposição, jovens ativistas e empresários.

Milhares de pessoas já morreram na Síria desde que uma revolta popular contra Assad começou há um ano. Segundo a ONU, esse número já passa de 7.500 vítimas. Enquanto Annan e Assad discutiam a crise, tropas sírias atacavam a cidade de Idlib, um reduto rebelde.

“Forças do regime acabaram de entrar em Idlib com tanques e bombardeios pesados estão a ocorrer agora”, disse um ativista local por telefone. O barulho das explosões podia ser ouvido durante a chamada.

Dezesseis combatentes rebeldes, sete soldados e quatro civis foram mortos durante o combate em Idlib, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que afirmou que outras 15 pessoas, incluindo três soldados, morreram devido à violência em outra localidade.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que se encontrou com Annan no Egito mais cedo neste sábado, disse à Liga Árabe que o seu país “não estava a proteger nenhum regime”, mas que não acreditava que a crise Síria fosse culpa de apenas um dos lados. Ele pediu um cessar-fogo e o acesso de ajuda humanitária, mas o Catar e a Arábia Saudita criticaram fortemente a posição de Moscou.

Annan, que também reuniu-se com Hassan Abdulazim, um antigo oponente de Assad, pediu que se encontrasse uma solução política, mas muitos líderes da oposição dizem que o momento para o diálogo já passou há muito tempo.

“A violência precisa cessar e os presos devem ser libertados para que um período de transição seja negociado”, disse Abdulazim depois da reunião. “Não haverá nenhuma solução para a crise enquanto houver violência, matanças, prisões e ameaças.”

O Conselho Nacional Sírio que está no exílio disse num comunicado no seu site que qualquer diálogo está descartado enquanto Assad estiver no poder.

A visita de Annan a Damasco aconteceu depois de um dia violento em que, segundo ativistas, as forças de Assad mataram pelo menos 72 pessoas ao bombardear partes da cidade rebelde de Homs, além de tentar dissuadir manifestantes e esmagar rebeldes em outras partes do país.

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