Os cristãos superam amplamente os muçulmanos em termos numéricos entre as pessoas que migram no mundo inteiro, inclusive na União Europeia, onde os debates sobre a migração focam geralmente na chegada dos muçulmanos, segundo um estudo divulgado, Quinta-feira.
Dos 214 milhões de pessoas que vivem fora dos seus países natais, cerca de 106 milhões (49 por cento) são cristãs, e cerca de 60 milhões (27 por cento) são muçulmanas, segundo a pesquisa do Fórum Pew para Religião e Vida Pública.
Apenas 3,6 milhões de judeus saíram dos seus países natais, segundo o estudo, mas isso representa 25 por cento da população judaica mundial, disparadamente a maior proporção entre todos os grupos.
“Muitos especialistas acham que, em termos gerais, as oportunidades económicas, melhores empregos e salários, são o maior motor individual da migração internacional”, disse o estudo.
“Ao mesmo tempo, a religião continua a ser um factor na decisão de algumas pessoas em saírem dos seus países natais e nas suas escolhas sobre aonde ir.”
O estudo definiu como migrantes pessoas que em 2010 estavam por mais de um ano a viver noutros países.
As cifras incluem estimativas sobre imigrantes ilegais e refugiados permanentes, como os palestinos e os seus descendentes. “Talvez contrariamente à percepção popular…, os imigrantes cristãos superam os imigrantes muçulmanos na União Europeia como um todo”, disse o relatório, referindo-se indirectamente aos partidos ultra-direitistas que queixam-se duma “invasão” muçulmana.
Dos 47 milhões de migrantes na UE, 26 milhões são cristãos, e 13 milhões são muçulmanos. A diferença cai quando leva-se em conta apenas os imigrantes dos países de fora da UE, 13 milhões de cristãos, e 12 milhões de muçulmanos.
Os EUA são o principal destino dos migrantes cristãos, que representam 74 por cento dos 43 milhões de estrangeiros radicados no país. Dois terços deles são latino-americanos.
Além disso, os EUA são o principal destino para budistas (muitos do Vietname), e só 5 por cento dos estrangeiros no país são muçulmanos.
O país que mais atrai muçulmanos é a Arábia Saudita, especialmente trabalhadores braçais doutros países árabes, do subcontinente indiano e das Filipinas.
A ONU estima que 3 por cento da população mundial vive fora do seu país de origem. Isso representa 214 milhões de pessoas, um contingente maior que a população do Brasil, o quinto país mais populoso do planeta.