A população residente na localidade da Vila Nova da Fronteira, distrito de Mutarara, na província central de Tete, vêem-se obrigadas a violar a fronteira com o Malawi para a farinar o milho e a mapira nas moageiras eléctricas daquele país vizinho.
Francisco Wiliam, chefe desta localidade, que possui cerca de 18.383 habitantes, diz que na Vila Nova da Fronteira não existe corrente eléctrica, usando-se apenas moageiras manuais, razão pela qual as pessoas preferem deslocar-se ao Malawi para prepararem seus produtos em moageiras eléctrica que são mais rápidas.
Segundo o chefe da localidade, uma parte da população daquela localidade depende fundamentalmente do Malawi, por isso, fazem o seu quotidiano saltando a fronteira com Moçambique.
“As mulheres moem milho e mapira no Malawi, porque nós não temos moagens eléctricas por falta de energia, que faz muita falta na nossa região. Também buscam a água para o consumo caseiro, porque não temos bombas suficientes para abastecer a toda população”, disse.
“A vida estaria facilitada com o estabelecimento da energia, a partir de Baue, no posto administrativo de Charre, assim evitaríamos ter que ir para o país vizinho”, afirmou Francisco Wiliam.
O comandante adjunto da companhia de Guarda-Fronteira estacionada na Vila Nova da Fronteira, Abdul Bonomar, diz que as violações protagonizadas por cidadãos moçambicanos e malawianos não constitui um problema grave, porque apenas vão para os hospitais e moagens, regressando ao país mais tarde.
“Para nós o trabalho está a andar bem, porque as violações são simples, uma vez que os cidadãos entram e saem deste e daquele país para a compra de sal ou mesmo ir ao hospital e as moageiras. Portanto, não há perigo nisso”, garantiu.
Para se fazerem ao Malawi e viceversa os residentes são transportados por bicicletas e os transportadores ganha por dia cerca de cinco mil Kwachas malawianas o equivalente a cerca de 500 meticais.