O Governo da província central de Manica decidiu excluir os empreiteiros que abandonam as suas obras, desviando os valores para outros fins, bem como aqueles que não cumprem os prazos de execução, solicitando constantemente valores adicionais para a conclusão das mesmas.
Ana Comoane, governadora de Manica, anunciou a decisão, Sábado, em Manica, explicando que já foi feito um levantamento exaustivo das construções paralisadas e dos empreiteiros desonestos, em todos os distritos, para identificar aquelas que se encontram em situação irregular nos últimos dois anos.
A governadora de Manica é citada pelo jornal “Notícias” a afirmar que se trata de obras para a execução de projectos de grande envergadura nas áreas de construção de estradas, pontes, barragens, edifícios públicos, entre outros.
Ana Comoane, falando em Sussundenga, no final da sua visita àquele distrito do centro da província, disse que a existência de empreiteiros desonestos e de obras do Estado paralisadas e abandonadas é motivo de inquietação no seio das populações.
Sem apontar números, a governadora de Manica disse que existem muitas obras paralisadas que, tendo transitado de 2010 para 2011, exigem orçamentos adicionais.
“A solução para este problema passa, entre outros aspectos, pela melhoria dos processos de ‘procurement’, o cálculo de custos com base em valores realísticos e adjudicação de obras a empreiteiros sérios”, explicou Comoane.
Após a planificação das obras e libertação dos fundos, disse a governante, exige-se a sua construção e conclusão dentro dos prazos acordados para que sirvam os objectivos para os quais foram concebidos.
Ana Comoane disse estar agendado, para breve, um encontro com todos os empreiteiros da província que vai radiografar a situação geral deste sector e permitir que, uma vez iniciadas, as obras terminem em tempo contratual.
“Significa que temos de fazer um trabalho muito forte com os empreiteiros no sentido de sabermos quais são as obras em curso, as planificadas e concluídas, planificadas e não concluídas e quem são os empreiteiros que não cumprem com as suas obrigações”, disse a governadora de Manica.
Comoane apontou a falta de seriedade e fiscalização por parte das autoridades responsáveis dos empreiteiros, e a existência de eventuais esquemas de corrupção como sendo situações que estão na origem do problema, regra geral, justificado pela alegada insuficiência de fundos.
No passado, o problema afectava com maior incidência as obras de gestão central, sobretudo no sector da Educação e, nos últimos anos, são frequentes os casos de obras de gestão local que não são concluídas e são abandonadas pelos empreiteiros que também não pagam salários aos seus trabalhadores.