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Irão prende reformista e advogados de direitos humanos

Um tribunal revolucionário iraniano condenou um importante membro do movimento reformista, a quatro anos de prisão, depois de ter sido acusado de espalhar mentiras e fazer propaganda contra o Irão, informou o site de notícias estatal INN, esta Quarta-feira.

Ali Shakouri-Rad era membro da dissolvida Frente de Participação Islâmica, que apoiou o líder da oposição Mirhossein Mousavi contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais de 2009.

A oposição diz que as eleições foram fraudulentas a favor de Ahmadinejad, alegação que as autoridades têm repetidamente negado.

Milhares de partidários da oposição foram detidos desde 2009, incluindo figuras reformistas importantes. Muitos foram libertados, mas mais de 80 estão presos por 15 anos.

O site disse que Shakouri-Rad foi banido da actividade política por 10 anos e não terá permissão para viver em Teerão por um período de 10 anos a partir da sentença.

Não houve detalhes sobre quando o veredicto foi dado. Os funcionários do judiciário não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

A notícia surgiu dias depois das eleições parlamentares, a primeira votação nacional desde que milhões de pessoas saíram às ruas em todo o Irão para protestar contra os resultados das eleições de 2009.

As autoridades comemoraram a participação de quase 65 por cento dos eleitores como um sinal de apoio generalizado para a República Islâmica.

A maioria dos reformistas recusou-se a participar, afirmando que o voto não era “livre e justo”.

Separadamente, o website da oposição Kaleme, filiado a Mir Hossein Mousavi, informou que Abdolfattah Soltani, um proeminente advogado de direitos humanos, havia sido condenado a 18 anos de prisão por espalhar propaganda anti-regime.

Soltani co-fundou o Centro dos Defensores dos Direitos Humanos juntamente com a respeitada advogada de direitos humanos iraniana e Prémio Nobel da Paz, Shirin Ebadi.

O site informou que Narges Mohammadi, assistente de Shirin Ebadi, foi condenado a seis anos de prisão por um tribunal de apelações.

Num caso separado, o chefe da Organização dos Jornalistas Islâmicos, Nezamedin Mousavi, insistiu que o governo seja mais tolerante com a imprensa, em resposta à prisão sumária do director-geral da agência de notícias semioficial Mehr.

“Considerando os recentes confrontos com alguns representantes da imprensa, peço às autoridades judiciárias que pratiquem mais tolerância”, afirmou Mousavi, segundo a agência de notícias semioficial Fars.

Numa tentativa de colocar mais pressão e exercer maior controle sobre o ciberespaço, o líder supremo do Irão, Aiatolá Ali Khamenei, ordenou a formação dum centro de supervisão de Internet que inclui importantes figuras políticas e militares.

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