Cerca de 28 mil toneladas de algodão-caroço deverá ser a quantidade de aumento da produção deste produto tradicional nas exportações moçambicanas em 2017, segundo projecções do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM).
Na altura, Moçambique deverá produzir cerca de 150 mil toneladas de algodão-caroço, contra 122 mil de 2005, período a partir do qual os índices da produção têm vindo a decair para uma média anual de 70 mil toneladas de algodão/ano.
São razões desta queda da produção a alegada “conjuntura do mercado que cria baixa competitividade de algodão em relação a outras culturas no campo”.
Concretamente, os preços de comercialização do produto em vigor no mercado doméstico são muito baixos, comparativamente aos dos outros produtos agrícolas, provocando o êxodo dos produtores do sector familiar para culturas com preços aliciantes, de acordo igualmente com o Instituto de Algodão de Moçambique.
Sobre o que irá impulsionar o aumento da produção de algodão, a partir de 2017, o IAM destaca a criação de vários incentivos ao produtor a serem concedidos no âmbito da implementação do Programa de Revitalização da Cadeia de Valor do Algodão orçado em cerca de 65 milhões de dólares norte-americanos.
Este programa estabelece como meta 10% de crescimento de produção anual de algodão em Moçambique.
Défice de algodão
Por outro lado, o referido programa indica que a produção de óleo alimentar a ser extraído da semente de algodão deverá situar-se em cerca de 82 mil toneladas, em 2019, contra a actual produção de pouco mais de 35 mil toneladas, prevendo-se ainda no mesmo período a redução do défice nacional de algodão fibra dos actuais 67% para 23%.
Destaca ainda o Programa de Revitalização da Cadeia de Valor do Algodão o facto de o produtor desta cultura de rendimento passar a receber, a partir de 2019, cerca de 50 a 55% de receitas anuais geradas pela comercialização de algodão.