O Hamas estabeleceu novas condições para implementar um acordo de reconciliação com a facção rival Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, disse uma autoridade, esta Quinta-feira, reduzindo ainda mais as chances de um acordo entrar em vigor.
Abbas e Khaled Meshaal, líder político do Hamas no exílio, concordaram no Catar, no início deste mês, a formar um governo de união liderado pelo presidente que conta com o apoio do Ocidente.
Numa marca com a liderança do grupo islâmico, porém, as autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, que é governada pelo grupo, criticaram duramente o acordo, em especial a cláusula que diz que Abbas seria primeiro-ministro e presidente.
Durante uma reunião interna presidida por Meshaal no Cairo, Quarta-feira, as autoridades do Hamas uniram-se em torno de novas exigências, disse uma autoridade palestina envolvida nas conversações. Parece praticamente certo que Abbas rejeite as novas condições.
“O Hamas exigiu ficar com os ministérios-chave do novo governo, incluindo o Ministério do Interior”, disse a autoridade. “Ele também exigiu que não haja mudança na estrutura dos serviços de segurança da Faixa de Gaza.”
O Ministério do Interior supervisiona os serviços de segurança dirigidos pelo Hamas. O analista político palestino Samir Awad disse que os novos termos provam que o grupo “não está preparado para deixar o controle de Gaza”, território capturado do Fatah nos confrontos de 2007.
Abbas tenta formar um governo de união com políticos independentes e tecnocratas para garantir que ele não seja boicotado pelo Ocidente, que doa fundos essenciais à Autoridade Palestina, e recusa-se a negociar com o Hamas devido à sua hostilidade com relação a Israel.
Outras demandas que surgiram da reunião no Cairo incluem a nomeação de um vice para Abbas que fique em Gaza e tornar a sua indicação como primeiro-ministro condicional a um voto de confiança no Parlamento palestino.
O Legislativo não tem uma sessão desde o colapso, há cinco anos, de um breve governo de união palestino.