Terminou esta quarta-feira (22) a reunião formativa sobre “Qualidade e Humanização nos Cuidados de Saúde em Moçambique”. A formação nesta primeira fase abarcou os profissionais de saúde da região sul do país.
Directores dos hospitais provinciais, distritais e rurais, entre outros agentes e profissionais de saúde estiveram de 20 a 22 do mês corrente a ser formados em matérias de humanização dos cuidados de saúde com vista a melhorar o atendimento e as relações humanas nas unidades sanitárias.
Segundo a directora nacional do Programa de Qualidade e Humanização no Ministério da Saúde, Ana de Lurdes Cala, pretende-se com a formação mudar a atitude e a postura dos profissionais de saúde em relação aos utentes, seus acompanhantes e a comunidade onde os hospitais se encontram inseridos. Ana de Lurdes Cala, disse que qualidade significa eficiência e eficácia baseadas no conhecimento e a humanização passa pela valorização do trabalho e do trabalhador, atendimento digno ao utente, enfim, o respeito pelo valor da vida humana.
Para a directora do Programa Nacional de Qualidade e Humanização, a qualidade dos serviços prestados nas unidades sanitárias do país tende a melhorar, com efeito, são capacitados ou formados agentes da saúde para que saibam como lidar com os pacientes e utentes que demandam pelos serviços sanitários ou médicos.
“Já houve tempos que éramos muito criticados devido a má prestação dos nossos serviços aos pacientes. Agora temos envidado esforços para ultrapassar a situação, mudando e melhorando as atitudes dos nossos agentes”, ajunta.
“Há daqueles agentes de saúde que tratam mal os doentes, não raras vezes proferem palavras injuriosas contra os utentes” A nossa interlocutora reconhece que ainda existam alguns agentes de saúde cujo comportamento e relacionamento com os utentes e pacientes não são saudáveis. “Há daqueles agentes de saúde que tratam mal os doentes, não raras vezes proferem palavras injuriosas contra os utentes. Isto acontece na verdade, mas são casos raros e que tendem a ser ultrapassados”, acrescenta.
No que concerne ao atendimento moroso ou tardio nas unidades sanitárias do país, Ana de Lurdes Cala disse que essa demora tem que ser vista não como uma mera vontade dos agentes da saúde, mas como resultado da crescente demanda pelos serviços de saúde no país. Aliás, a cada dia que passa cresce o número da população e paralelamente aumenta a pressão sobre os agentes.
Por seu turno, a vice-ministra da Saúde, Nazira Abdula, disse que esta é a segunda capacitação do género a ser realizada pelo Ministério da Saúde que, segundo acrescenta já está a surtir os resultados desejados que se traduzem na redução de casos de falta de respeito aos utentes, por exemplo. Nazira Abdula, que falava esta segunda-feira na abertura do evento, disse que o melhoramento dos serviços da saúde não depende apenas do pessoal do sector, mas também dos próprios doentes, da sociedade civil e de toda a comunidade.
“Hoje são notáveis os resultados destes trabalhos pelos profissionais que não têm medido esforços para resgatar a dignidade e a postura do Sistema Nacional de Saúde”, afirmou.
1893 Hospitais para 22 milhões de habitantes
Dados do Ministério da Saúde a que a nossa reportagem teve acesso, dão conta que em todo o país existem quatro níveis de atenção de saúde, nomeadamente o primeiro nível quaternário que engloba quatro hospitais centrais, segundo nível terciário que abarca sete hospitais gerais, terceiro nível secundário que comporta os hospitais distritais e rurais num universo de 49 e primeiro nível primário que engloba os centros e postos de saúde. No total, em todo o território nacional existem 1893 hospitais para uma população estimada em cerca de 22 milhões de habitantes.