Um tribunal militar líbio determinou, esta Quarta-feira, que 50 pessoas acusadas de lutarem ao lado do regime de Muammar Khadafi e de ajudarem numa fuga carcerária devem ser libertos e submetidos a julgamento por uma corte civil.
Os advogados dos réus saudaram a decisão, dizendo que a maioria dos acusados é composta por civis, e que a corte militar sediada em Benghazi, no leste do país, teria dificuldades para julgá-los.
“Sentimos que esta corte está sob pressão e… não tem a independência judicial necessária”, disse Saleh Omran, advogado de 17 acusados, negando que os seus clientes fossem apoiantes de Khadafi.
“Eles ajudaram os prisioneiros a fugir da cadeia porque alguns dos detidos eram seus parentes, e eles estavam a protegé-los. Isso não tem nada a ver com os homens de Khadafi.”
Khadafi foi derrubado numa guerra civil, ano passado, depois de passar 42 anos no poder. Um governo provisório, instalado em Novembro, tem tido dificuldades para impor a ordem entre os inúmeros grupos armados que participaram da rebelião contra o regime.
As autoridades querem julgar parentes e partidários de Khadafi na própria Líbia, mas os activistas de direitos humanos temem que, diante da fragilidade das instituições no país, os acusados não terão acesso a um julgamento justo.
Os réus são parte de uma milícia que, segundo as autoridades interinas, ajudaram cerca de 300 partidários de Khadafi a fugirem de uma penitenciária em Julho.