Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Força de Intervenção Rápida estabelece recolha obrigatória em Chimoio

A Força de Intervenção Rápida (FIR), instalou ao que pode-se chamar recolha obrigatória nos bairros da cidade de Chimoio, embora sem aviso prévio, obrigando os residentes nos bairros suburbanos a estarem em casa logo que forem 20 horas.

A título de exemplo, os residentes do bairro 7 de Abril, um dos mais afectados pela arrogância da FIR, dizem que sentem-se como se lhes fosse proibida a circulação a partir das 20 horas, quem for a desobedecer esta decisão será alvo de agressão física por membros desta Força.

Os residentes do bairro 7 de Abril sublinharam que os agentes da FI, não querem saber o que tenha ditado a presença de pessoas na via pública a partir das 20 horas, se vai ao hospital, se vai trabalhar ou mesmo viajar, para eles não é desculpa.

A partir das 19 horas ninguém deve ser visto na rua por aquelas forças especiais, em Chimoio, precisamente no bairro 7 de Abril, segundo dados apurados junto de residentes locais.

A FIR estabeleceu o seu quartel provincial naquela zona residencial no quadro do reforço de medidas de segurança, estabelecidas pelo Ministério do Interior, as quais são novas forças destacadas para a terra do planalto.

João Joaquim, uma das vítimas de agressão e transportador de passageiros, pronunciou que foi molestado e teve que parar no hospital, afirmando que o acto ocorreu momentos depois do trabalho, por volta das 20 horas.

“Isso aconteceu por volta das 20 horas, eu saía do serviço, faço serviço de transporte de passageiros. Depois de ter largado, o meu patrão veio deixar-me aqui, na terminal. Comprei um refresco. Quando ia, encontrei-me com eles e foi mesmo uma guerra”, explicou.

O entrevistado, que na altura fora interpelado por 4 agentes da FIR, disse mais “quando pretendia exibir o meu bilhete de identidade, deram-me rasteira, outro pisou-me o pescoço e bateram-me com chamboco”.

João Joaquim acrescentou que, no lugar de combater a criminalidade, a Força de Intervenção Rápida “está a violentar a população”.

A vítima referiu-se a casos em que alguns agentes pedem cerveja nos estabelecimentos de lazer locais, caso não seja satisfeito o pedido por parte do utente, este é alvo de agressão.

“Nalgumas vezes andam à civil, se te encontram numa barraca, a conviver, eles pedem cerveja, se você diz que a moeda que trazia acabou, altura em que você sai para casa, encontra-se com eles nas proximidades e dizem: miúdo, vem cá! Exige BI, caso exiba o BI, afirmam que não são horas para estar na estrada, daí só são chambocos (cassetete) ”, comentou.

Admiro Lucas, um outro residente daquele bairro, exprimiu que a zona onde vive está mal, sustentando que até 20 horas ninguém deve estar na estrada, naquele bairro, numa autêntica situação de recolher obrigatório, visto que até 19 horas ninguém deve andar.

Lucas disse que “eles vêm às barracas à procura de bebidas alcoólicas, quando não encontram agridem jovens, acabando por estragar o clima”.

A mesma ideia foi comungada por Narciso Bento que, por causa do trabalho, é forçado a voltar à casa acima das 19 horas, pede, igualmente, que os referidos agentes policiais observem normas no exercício das suas actividades.

No bairro Fepom, um cidadão de nome Abner Timóteo, guarda duma residência, afiançou que já assistiu duas ou três pessoas a serem agredidas pelos agentes da FIR por volta das 20 – 21 horas, mas estas traziam documentos.

Aliás, no bairro Tambara 2, arredores da cidade capital da província de Manica, um casal foi agredido por estes homens. Uma fonte policial, disse que já há processos-crime e disciplinar contra um dos agentes desta força.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts