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EUA aprovam primeiro reactor nuclear em mais de 30 anos

As autoridades dos Estados Unidos aprovaram, esta quinta-feira, a construção de novos reactores nucleares no país, algo que há mais de 30 anos não ocorria.

A decisão foi tomada contrariando o presidente da comissão, que citou preocupações de segurança em decorrência do acidente nuclear de 2011 em Fukushima, no Japão.

Por 4 votos a 1, a Comissão Reguladora Nuclear autorizou a empresa Southern Co., de Atlanta, a construir e operar dois novos reactores na já existente usina de Vogtle, na Geórgia.

A Southern e os seus parceiros vão investir cerca de 14 bilhões de dólares no projecto, que entraria em funcionamento a partir de 2016 e 2017.

Num raro voto de dissenso, o presidente da comissão, Gregory Jaczko, citou o acidente de 2011 no Japão, provocado por um tsunami, que levou a CRN a determinar uma avaliação sobre a capacidade dos actuais e novos reactores nos EUA para resistir aos desastres naturais.

“Não posso apoiar a emissão dessa licença como se Fukushima nunca tivesse acontecido”, disse Jaczko. “Acredito que isso exige algum tipo de compromisso vinculante de que as melhorias … actualmente projetadas e planejadas serão feitas antes da operação da unidade.”

O governo Obama ofereceu à Southern e aos seus parceiros, como incentivo para o projecto, 8,3 bilhões de dólares em garantias creditícias federais.

A nova usina usará reactores AP1000, fabricados pela Westinghouse Electric, um modelo padrão aprovado em Dezembro pela CRN, e que serviria de base para outras usinas nucleares propostas.

A Westinghouse é controlada pela multinacional japonesa Toshiba. Os EUA não autorizavam novas usinas nucleares desde a fusão parcial do núcleo do reactor da usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, em 1979.

Aquele acidente fez com que os custos da construção de usinas nucleares disparassem e inviabilizou dezenas de projectos que estavam a ser preparados.

Hoje, a energia nuclear responde por 20 por cento da matriz energética norte-americana. Os especialistas dizem que futuras usinas nucleares poderiam ser construídas nos Estados do Sudeste dos EUA, como Geórgia, Carolinas, Virgínia, Alabama e Flórida, onde os terrenos são abundantes e a migração da população do norte dos EUA tem provocado uma elevação na demanda energética.

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