Um carro-bomba matou pelo menos 11 pessoas, esta Quarta-feira, perto dum hotel onde os parlamentares, geralmente, reúnem-se na capital da Somália, um sinal da frágil situação de segurança em Mogadíscio mesmo depois de os rebeldes islâmicos terem deixado a cidade no ano passado.
O policial Hassan Ali disse à Reuters que o agressor bateu o seu veículo num café próximo ao Hotel Muna, no centro de áreas controladas pelo governo e pelas forças da União Africana e não distante do palácio presidencial.
Os militantes da Al Shabaab reivindicaram a responsabilidade. “Estávamos por trás da explosão no Hotel Muna. Os parlamentares e as autoridades do governo eram nossos alvos”, afirmou o porta-voz das operações militares do grupo, xeique Abdiasis Abu Musab, à Reuters.
Os rebeldes da Al Shabaab, vestidos de uniformes militares, atacaram o mesmo hotel, em Agosto de 2010, no qual mais de 30 pessoas morreram.
Os militantes ligados à Al Qaeda deixaram Mogadíscio no ano passado, mas ainda representam uma ameaça diária, mesmo com a Organização das Nações Unidas e as autoridades ocidentais dizendo que 98 por cento da capital estão agora nas mãos do governo.
As vitrinas das lojas e as paredes do café no lado de fora do hotel foram destruídas na explosão. Os soldados da União Africana e do governo isolaram a área para a retirada dos mortos e feridos.
“Algumas pessoas dizem que o número dos mortos é de 15, mas confirmei 11 civis mortos, um parlamentar foi levemente ferido”, afirmou à Reuters o porta-voz da polícia, Abdullahi Barise.
A polícia e o porta-voz das tropas da União Africana na Somália disseram que os relatos iniciais indicaram que, primeiro, o suicida abriu fogo contra as pessoas que estavam sentadas perto do hotel e, depois, detonou o carro-bomba.
Embora o Al Shabaab tenha retirado as suas forças da capital, ano passado, o grupo lança ataques frequentes contra o governo apoiado pelo Ocidente através de suicidas, bombas de beira de estrada e granadas.
Um camião-bomba matou mais de 70 pessoas em Outubro, no pior ataque do Al Shabaab na capital desde o lançamento da insurgência em 2007.
O ataque desta Quarta-feira acontece duas semanas antes duma conferência dum dia em Londres para tratar da instabilidade na Somália e da pirataria no litoral, e no mesmo dia em que o novo enviado especial da União Europeia para o Chifre da África visitou Mogadíscio.