Os generais que governam o Egito anunciaram na quarta-feira a mobilização de mais soldados e tanques no país inteiro, o que parece ser um alerta a ativistas que planeiam uma greve nacional no primeiro aniversário da derrubada do presidente Hosni Mubarak. Reivindicando mais rapidez na transição para o regime civil, os ativistas convocaram manifestações e atos de desobediência civil para o próximo dia 11.
Pelo menos 15 pessoas já morreram nos últimos dias no Cairo e na cidade de Suez (leste) em distúrbios motivados pela morte de 74 pessoas em um tumulto num jogo de futebol em Port Said.
O Conselho Militar egípcio divulgou nota dizendo que mobilizará patrulhas por todo país para “manter a segurança… de prédios públicos, privados e estatais.”
O general Sami Enan, chefe de gabinete das Forças Armadas, pediu aos egípcios que “protejam a segurança e a estabilidade do país por meio do trabalho e da produção”, segundo relato da agência estatal de notícias Mena.
A Universidade Al Azhar, prestigiosa instituição sunita de ensino, criticou a convocação à desobediência civil, disse o portal noticioso Al Ahram, estatal.
Dias atrás, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, chefe da junta militar, cobrou rapidez nos preparativos para a eleição presidencial atualmente marcada para junho, que levará à transição para um governo civil.
Alguns egípcios acusam o Exército de bloquear reformas autênticas nas forças de segurança, que gozavam de uma virtual impunidade sob o regime de Mubarak.