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Protestos contra corte de gastos derrubam o Primeiro-Ministro romeno

O primeiro-ministro da Roménia, Emil Boc, renunciou esta segunda-feira, entrando para uma lista de Chefes de Governo europeus abatidos pela fúria popular contra medidas de austeridade adoptadas por diversos governos endividados.

O presidente Traian Basescu nomeou o chefe do serviço de inteligência internacional, Mihai-Razvan Ungureanu, para formar um novo gabinete.

Ungureanu comprometeu-se rapidamente em manter as impopulares reformas económicas, e a sua nomeação não deve aplacar a ira da população.

Passados 22 anos do derrube do regime comunista, a Roménia é o segundo país mais pobre da UE, com uma renda muito inferior à das nações do oeste do continente.

A saída de Boc foi celebrada por manifestantes que desafiam o rigoroso inverno romeno para protestar contra os aumentos de impostos e a redução de salários.

A renúncia de Boc, a nove meses dumas eleições parlamentares que ele parecia fadado a perder, também aguçou o apetite por mais mudanças na equipe que recorreu em 2009 ao Fundo Monetário Internacional para evitar um colapso financeiro.

A oposição de esquerda reiterou a sua proposta de antecipação das eleições, mas ela não tem força parlamentar suficiente para exigir isso, e parece provável que Ungureanu seja confirmado pela coligação centrista que sustentava Boc, e que tem uma ligeira maioria. Ungureanu, um historiador de 43 anos, já foi chanceler da Roménia.

Num rápido discurso no palácio presidencial, ele prometeu ser “um bom administrador, que tem, acima de tudo, eficiência lógica”.

O FMI, que em 2009 concedeu um empréstimo de 20 bilhões de euros (26 bilhões de dólares) à Roménia, com a condição de que o governo cortasse os gastos, disse não antever mudanças importantes na política económica por causa da renúncia do Boc.

Os analistas de investimentos também disseram não haver razão para ajustar as suas expectativas. As medidas de austeridade motivam os maiores protestos na Roménia em mais duma década, eventualmente com momentos de violência.

Segunda-feira, apesar da nevasca na capital, houve uma nova manifestação na praça da Universidade, local simbólico da revolução que em 1989 derrubou o ditador comunista Nicolae Ceausescu.

O tom não era nada positivo para o PDL, partido de Boc, que vai mal nas pesquisas. “O primeiro obstáculo foi superado”, dizia um cartaz.

O principal alvo dos manifestantes, no entanto, é o presidente. “A renúncia de Boc é inútil, já que é Basescu quem controla tudo”, disse o militar da reserva Florin Cioraca, de 56 anos, que participa no protesto.

O presidente nomeou o ministro da Justiça, Catalin Predoiu, como Primeiro-Ministro interino, até que Ungureanu construa um gabinete para ser submetido a aprovação parlamentar, provavelmente, próxima semana.

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