Opositores do presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeram este domingo prosseguir com as manifestações contra o regime do líder russo, depois que dezenas de milhares de pessoas participaram de uma passeata de protesto contra o governo. “Voltaremos”, disseram os organizadores numa rede social, um dia depois de manifestantes terem desafiado o frio e realizado o terceiro grande ato popular desde a suposta fraude nas eleições parlamentares vencidas pelo partido de Putin, em 4 de dezembro.
Com bandeiras e faixas, perto do Kremlin, os manifestantes gritavam: “Rússia sem Putin” e “Queremos as eleições de volta”.
Apesar dos simpatizantes de Putin também terem feito uma grande manifestação em Moscou no sábado, em que alertavam sobre a ameaça da instabilidade, a passeata da oposição indica que Putin enfrenta um desafio, quando ele se prepara para voltar à Presidência em março.
Há seis meses, esses protestos eram impensáveis. Eles foram iniciados pelas reivindicações de eleições justas, mas transformaram-se numa das principais ameaças políticas contra Putin, desde que ele foi eleito presidente pela primeira vez, em 2000.
É praticamente certo que Putin vai conquistar um mandato presidencial de seis anos em março, mas a sua autoridade está prejudicada, apesar de a oposição conter grupos os mais diversos e não ser muito unida.
“Quando eu vi o termômetro de manhã, eu pensei que não mais de 15 mil pessoas apareceriam na passeata. Graças a Deus, eu estava errado. O povo de Moscovo está mais determinado do que eu pensei”, escreveu em seu blog o político Boris Nemtsov.
“Enfrentamos uma luta dura contra cínicos e ladrões. É uma maratona que temos que ganhar”, completou ele, membro do gabinete na década dos anos 1990.
O próximo grande protesto está marcado para 26 de fevereiro, uma semana antes das eleições presidenciais. Pesquisas de opinião mostram que Putin continua o político mais popular da Rússia e que pode ganhar as eleições no primeiro turno.