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Trabalhadores temem por empregos e a greve fracassa em Portugal

Nem os comboios nem os autocarros pararam. Os bancos abriram em Lisboa. O fraco apoio à greve nos transportes, esta Quinta-feira, reflectiu uma falta de apetite por acção militante dos trabalhadores, mais preocupados com os empregos ameaçados pela crise da dívida cada vez maior em Portugal.

Já a enfrentar o período de maior dificuldade em décadas, Portugal esteve sob pressão crescente ao longo do último mês por causa dos temores de que será forçado a buscar outro socorro financeiro, além da ajuda actual de 78 bilhões de euros, ou reestruturar as suas dívidas, como a Grécia.

Houve recuperação das acções italianas, irlandesas e espanholas, mas as de Portugal permanecem sob a dúvida se o governo português poderá arcar com a sua dívida.

As medidas de austeridade impostas pelo governo estão a afectar a população. O desemprego está acima de 12 por cento e deve aumentar mais no país mais pobre da Europa Ocidental.

A greve, entretanto, parece ter tido pouco impacto. Os comboios e os autocarros estavam a funcionar. Apenas o comboio de Lisboa e as balsas pararam.

“Eles estão a aumentar os preços e agora há também uma greve; isso é irritante”, disse o zelador Rosário Mendes, que esperava por um autocarro para voltar à casa.

“Não podemos fazer greve; não há empregos.” As lojas e o comércio funcionavam normalmente em Lisboa. Mesmo as autoridades dos sindicatos reconheciam que a greve estava fraca.

“Estamos a analisar por que os trabalhadores (dos comboios e dos autocarros) não mobilizaram-se como esperávamos”, disse José Manuel Oliveira, coordenador do sindicato Fetrans.

Até agora, os portugueses mostraram pouca disposição pelo tipo de protestos e greves violentas ocorridas na Grécia durante a crise.

Portugal tem pouca tradição de protesto. A situação é similar na Espanha, apesar dos 23 por cento de desemprego.

Uma greve geral, em Novembro de 2010, teve impacto limitado. Os sindicatos espanhóis perderam influência e credibilidade.

Há também um sentimento disseminado na Espanha de que as famílias e o governo viveram além das suas possibilidades durante o boom da habitação e da construção que durou 10 anos.

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