Pelo menos 286 pessoas morreram vítimas de malária em Cabo Delgado, durante o ano de 2011, o que representa uma subida de óbitos, pois em 2010 registaram-se 213.
As autoridades sanitárias dizem que as mortes ficaram a dever-se à chegada tardia aos estabelecimentos sanitários.
Mais de 256 mil casos de malária foram notificados no ano transacto. Em 2010 os registos apontam para 320 mil casos da doença diagnosticados.
A redução de casos de malária confirmados em várias unidades sanitárias, resulta de execução de um conjunto de acções de educação para saúde e várias medidas preventivas.
As acções compreendem a distribuição de mais de 137 mil redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração a mulheres grávidas, que tiveram acesso às consultas pré-natais, e de pulverização intra-domiciliária contra o mosquito causador de malária entre outras.
Contudo, de acordo ainda com os dados em citação, por causa de exiguidade orçamental, o programa de pulverização intra-domiciliária contra o mosquito causador de malária, não foi expandido para o distrito de Meluco, como estava previsto para o ano passado.
A mesma causa determinou o arranque tardio do programa, excluindo os distritos de Macomia e de Mocimboa da Praia, abrangendo apenas a cidade de Pemba, Metuge, Montepuez e Chiúre, onde a campanha de pulverização intra-domiciliária ainda está em curso.
Ainda ano passado, oito distritos foram abrangidos pela campanha de distribuição de pelo menos 583 mil redes mosquiteiras impregnadas, em acesso universal, beneficiando as populações de Ancuabe, Balama, Mecufi, Namuno, Mueda, Nangade, Muidumbe e Palma, cujas previsões apontavam a cobertura de mais de 252 mil agregados familiares.
Entretanto, a província de Cabo Delgado foi, ano passado, atingida por um surto de cólera, que fez duas mortes de um total de 644 casos diagnosticados acima dos mais de mil e quinhentos casos com 12 óbitos registados em 2010.
Cabo Delgado está num estado de alerta máximo, face à eclosão de surto de cólera no posto administrativo de Namanhumbir, em Montepuez, com três óbitos e aumento, por outro lado, de casos de diarreias simples em vários pontos da província, com particular incidência na localidade de Muitua, posto administrativo de Murrebue, no distrito de Mecufi.
Agrava-se HIV/Sida
Outra doença endémica que preocupa a província de Cabo Delgado é o HIV-Sida, onde se nota o agravamento da situação, com o registo, em 2011, de 19 mil casos contra 13 mil do ano anterior.
Mas o aumento de casos confirmados, também resultou da implementação do aconselhamento e testagem de saúde comunitário nos distritos de Chiúre, Montepuez, Mocimboa da Praia, Mueda e cidade de Pemba.
Informações disponíveis indicam que foram admitidos ao tratamento com anti-retrovirais mais de mil pacientes, 128 dos quais crianças, grupo que tem seguimento mensal, trimestral ou semestral, de acordo com o seu estado serológico.
No âmbito de maior acesso das populações aos cuidados médicos, foram construídos no ano passado, dois centros de saúde de tipo II, nas comunidades de Nropa em Balama e Ntapata, em Quissanga, bem como a transformação do centro de saúde de tipo I da vila de Chiúre em hospital distrital, na sequência da sua ampliação e reconstrução.
Ainda no intuito de aproximação de unidades sanitárias às populações, o Governo de Cabo Delgado vai assegurar, este ano, o programa de construção de seis centros de saúde de tipo II, com duas residências cada, nas comunidades de Muapé, no distrito de Balama, Machoca e Namaaca, em Namuno, Nassivare, em Chiúre, Nchinga, em Muidumbe, Ntutupue, em Ancuabe, bem como o centro de saúde de tipo I na sede do distrito de Ancuabe.