O impacto causado à saude da população pelo desastre do reactor nuclear de Fukushima, no Japão, ano passado, parece relativamente pequeno graças, em parte, à retirada imediata dos moradores do entorno, disse, esta Terça-feira, o presidente dum órgão científico da ONU, que investiga os efeitos da radiação.
O facto de que a radiação espalhou-se sobre o oceano em vez de atingir áreas povoadas também contribuiu para limitar as consequências, disse Wolfgang Weiss do Comité Científico da Organização das Nações Unidas para os efeitos da Radiação Atómica (Unscear).
“Até as doses que vimos a partir da triagem da população… são muito baixas”, disse Weiss à Reuters. “Isto foi em parte devido à retirada rápida e funcionou muito bem”.
O desastre de 11 de Março causado por um terremoto de magnitude 9,0 e um tsunami destruiu a usina de Fukushima na costa ao norte de Tóquio, desencadeando uma crise de radiação e contaminação generalizada.
Cerca de 80 mil moradores foram retirados duma área de exclusão de 20 quilómetros. Weiss disse que os especialistas japoneses presentes na reunião disseram-lhe desconhecer quaisquer efeitos de saúde agudos, em contraste com o desastre de 1986 em Chernobyl, na Ucrânia.
Várias milhares de crianças desenvolveram câncer de tireóide devido a exposição à radiação depois do desastre de Chernobyl, na então União Soviética, quando um reactor explodiu e pegou fogo e a radiação foi enviada por nuvens a toda a Europa.
Um relatório preliminar sobre os efeitos da radiação de Fukushima será apresentado na reunião anual da Unscear, em Maio, e um documento final será exposto na Assembleia-Geral da ONU, em 2013.