A instalação duma fábrica de processamento do ananás em Muxúnguè, no distrito de Chibabava, em Sofala, pode estar tremido.
Segundo o director das Actividades Económicas de Chibabava, Paz Martinho, o problema prende-se com a falta de consenso sobre o preço de venda e compra da matéria-prima (ananás) necessária entre os produtores e o empresário interessado no empreendimento.
Martinho disse que o empresário que tenciona instalar a referida indústria diz que apenas pode comprar o ananás a cinco meticais cada, para alimentar a sua fábrica. Por seu turno, os produtores defendem o preço de dez meticais por unidade.
A fonte deu a conhecer esta informação, Domingo, à margem da cerimónia da 2ª edição da feira do ananás, que teve lugar em Muxúnguè, onde decorreu também a cerimónia do dia contra a Lepra, orientadas pelo governador de Sofala, Carvalho Muária.
Martinho precisou que enquanto se verifica este impasse entre os produtores e o empresário, existe uma outra previsão manifestada por um investidor residente em Morrumbene, na província de Inhambane, que planeia instalar uma fabriqueta de processamento do ananás.
Ananás de Muxúnguè certificado
O governador de Sofala, Carvalho Muária, disse, na inauguração da feira, que o ananás de Muxúnguè está certificado internacionalmente, o que significa que pode ser exportado para qualquer canto do mundo.
“A feira do ananás deve constituir nossa tradição no sentido de continuarmos a promover a produção desta cultura em Chibabava e outros pontos da província “, disse.
Na ocasião Muária convidou os empresários a investirem nesta área, instalando fabriquetas que possam permitir transformar o ananás em outros derivados.
A feira contou com 34 expositores dos distritos de Chibabava, Muanza e Gorongosa, que, para além do ananás, expuseram também a banana, manga e castanha de caju.
O distrito de Chibabava, que conta com cerca de 1.600 produtores de ananás, produz anualmente 54 mil toneladas daquela cultura numa área de cinco mil hectares. Desta quantidade, apenas 37 por cento é que são comercializadas, resultando disso 2.700 mil meticais.
Apesar do ananás de Chibabava ter sido certificado internacionalmente, o mesmo ainda não começou a ser exportado, estando a espera de certidão de sanidade.
Para Félix Cufa Quembo, produtor da região de Nhansato, no distrito de Muanza, que participou na referida feira, o evento serve para promover cada vez mais a produção e a comercialização do ananás.
Com cerca de 15 hectares de ananás, Quembo disse que as precárias condições em que se encontra a estrada, desde a zona de produção até o local de comercialização, cerca de 16 quilómetros, têm vindo a dificultar o escoamento da sua produção, precisando, contudo, que anualmente consegue arrecadar 50 mil meticais da venda do ananás.
Por seu turno, o presidente da Associação dos Produtores do Ananás de Muxúnguè, Afonso Marcos Comando, considera que a feira tem um grande significado, precisando que vai contribuir na redução de perdas resultantes da falta de compradores.
“As feiras que têm vindo a acontecer, desde o ano passado, estão cada vez mais a promover a produção desta cultura, que nos cria rendas, além fronteira” referiu Comando, presidente da associação que congrega 500 associados a produzirem na região de Panja.