Dois indivíduos estão a contas com a Polícia da República de Moçambique (PRM) na Beira, em conexão com o roubo de três cabeças de gado bovino no posto administrativo de Nhangau, pertencente ao criador Serafim Rodrigues.
Trata-se de Jaime Tanduene, de 54 anos de idade, residente no bairro do Alto da Manga, e Fernando Magudo, de 25 anos , morador da Munhava, os quais foram, Quinta-feira, ouvidos pela secção de investigação criminal adstrito ao Ministério Público, tendo sido legalizadas as suas detenções. José Cláudio Ernesto é o terceiro suspeito de envolvimento no caso, encontrando-se em parte incerta.
Em declarações ao jornal Diário de Moçambique, Tanduene contou ter sido solicitado na segunda-feira pelo seu sobrinho, José Cláudio Ernesto, amigo de Fernando Magudo, para vender parte da carne de vaca, constituída por cabeças e fígados, visto que Ernesto não queria dividir o dinheiro de venda com os comparsas dele.
”Pediu-me para que eu lhe encobrisse como se a carne me pertencesse. Eu não sabia que tratava-se da carne de gado roubado, fui vender no mercado. Foi ali onde um dos filhos do dono do gado roubado encontrou-me, tendo me levado à Esquadra “.
”Quando o meu sobrinho Magudo apercebeu-se da minha detenção, pôs-se em fuga, encontrando-se neste momento em lugar incerto” disse, precisando que foi daí que acabou por indicar o Fernando como sendo amigo com quem Magudo vem-se dedicando à venda de carne de vaca.
Disse que nunca se dedicou ao roubo de gado, mas confirma que Fernando e o seu sobrinho Magudo, juntos, sempre venderam a carne de vaca, desconhecendo-se até então a proveniência.
Por seu turno, Fernando contou que Jaime telefonou-lhe para ir para sua casa para comprar duas cabeças de vaca, tendo feito isso.
“O filho do dono do gado roubado apanhou-me no mercado quando eu queria vender as cabeças”, disse, acrescentando que sempre dedicou-se à venda de carne de vaca.
“Eu compro carne de vaca em qualquer parte da província, para revender na Beira. Este é o negócio que faço todos os dias”, referiu Fernando, negando o seu envolvimento no roubo dos animais.
Entretanto, o inspector agro-pecuário na Direcção Provincial da Agricultura, Hermano André Chitata, disse que o sector tem vindo a receber muitas denúncias dos criadores sobre o roubo constante do seu gado.
“O criador tem vindo a perder muitos efectivos do seu gado bovino. Temos vindo a apelar no sentido de conjuntamente com as comunidades intensificarmos a fiscalização”, comentou Chitata, precisando tratar-se do primeiro caso de roubo de gado bovino, cujos actores estão a contas com a Polícia.
Chitata presume que os indivíduos ora detidos, façam parte de uma rede de indivíduos que se dedica a esta actividade criminal.
No presente mês de Janeiro já foram relatados sete casos de roubos de gado bovino. Em Dezembro do ano passado foi registado furto de 18 acontecimentos nos distritos de Nhamatanda e Búzi.
