Pelo menos 22 pessoas foram mortas em confrontos entre rebeldes muçulmanos xiitas e combatentes dum grupo islâmico sunita numa província sob controle rebelde no norte do Iêmen, disseram fontes tribais, esta Quinta-feira.
Uma fonte próxima aos rebeldes xiitas, conhecidos como houthis, disse que os combatentes dum grupo sunita, conhecido como salafitas, atacaram os rebeldes durante a noite em Hajja e na área de Kataf, na província de Saada, uma área que vem testemunhando lutas sectárias intensas nos últimos meses.
“Nós bloqueamos o ataque em menos duma hora e 13 pessoas morreram em Hajja e nove em Kataf”, disse a fonte houthi.
Os combatentes salafitas são seguidores dum credo sunita parecido com a escola wahabita do Islão da Arábia Saudita.
Os houthis, que tiraram o seu nome dum líder tribal, combateram as forças do governo durante anos até que o levante contra o presidente Ali Abdullah Saleh, ano passado, lhes deu rédea livre na província de Saada, que faz fronteira com o maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita.
O reino, um importante aliado dos EUA, lutou com os houthis em Saada depois de eles terem invadido o território saudita em 2009.
A agitação política provocada pelo destino de Saleh enfraqueceu muito o controle do governo central sobre partes do Iêmen, permitindo que alguns grupos dominassem províncias inteiras, inclusive Saada.
“A província inteira (de Saada) é controlada pelos houthis, nós só temos que cuidar duma parte”, disse a chefe de operações para o Oriente Médio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Beatrice Megevand-Roggo, em entrevista.
Saleh deixou Sanaa para se submeter aos tratamentos médicos nos Estados Unidos, Domingo, dizendo que voltaria ao Iêmen, que ficou paralisado pela maior parte de 2011 por protestos contra os seus 33 anos de governo.
Apesar deasua ausência, muitos temem que ele e os seus associados continuem a manter o domínio sobre o empobrecido país.
Os oficiais da força aérea iemenita entraram em greve pelo quinto dia, Quinta-feira, exigindo a renúncia do seu comandante, Mohammed Saleh al-Ahmar, irmão de Saleh.
Os soldados que desertaram das forças de Saleh e juntaram-se aos que pediam a sua renúncia disseram que as forças do governo haviam sequestrado dois oficiais da força aérea na cidade costeira de Hudaida por apoiarem a greve.