Há mais de seis mil professores fantasmas, no sector de Educação na província central da Zambézia, que supostamente recebiam horas extraordinárias sem darem aulas.
Este assunto vem sendo badalado em quase todos encontros que o sector tem tido. Nas sessões do governo, quando o assunto é salário, este assunto também levanta-se e vai ao debate. O próprio governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, não se cansa de alertar que tarde ou cedo, os fantasmas serão descobertos. Porém, até então, os fantasmas mantêm-se fantasmas.
Para fazer o seu balanço anual, o director provincial da Educação e Cultura nesta parcela do país, José Luís Pereira, chamou a imprensa para dizer o que foi feito no seu sector, ano findo.
Uma das questões levantadas foi a questão do pagamento das horas extraordinárias aos professores. Aqui, José Pereira não pestanejou e disse que “há mais de seis mil professores em toda a província que recebem horas extras sem que tenham direito”.
Estes professores, conforme a fonte, serão identificados e sancionados pelas infracções que cometem. O sector, em coordenação com as finanças e outros, está a trabalhar para que o assunto não seja esquecido, porque são valores do erário público a serem lapidados por pessoas que não têm direito.
Quando a imprensa insistiu ao director para que dissesse o prazo e as metas sobre a identificação dos professores fantasmas, o director foi cauteloso e disse que “quando tudo estiver pronto, vocês, como jornalistas, serão os primeiros a receberem a informação”.
Vem o pente fino
Já que o assunto não é novidade nas hostes do governo e da sociedade, o sector de educação diz que vem aí um pente fino, para limpar uma vez por todas estas sujeiras que mancham o sector.
Para José Luís Pereira, director do pelouro, neste momento, há esforços para que a situação não prevaleça, dai que tarde ou cedo, os prevaricadores serão identificados.
Há “peixe” graúdo neste jogo
Ninguém acredita que os seis mil professores que supostamente recebem horas extras, estejam neste jogo apenas sozinhos. Os olhos vê tudo e por vezes, a boca não fala por temer represálias.
Nesta província, já foram reportados casos em que até agentes de serviços recebiam horas extras, para além de directores das escolas.
O director Pereira diz que podem existir pessoas (gestores) envolvidos neste esquema, dai que o pente fino não vai deixar ninguém, porque, na sua óptica, quem conhece os professores que estão numa certa escola, são os gestores daquele estabelecimento de ensino.
Enfim, o sector de educação diz que desta vez será de vez, não há como escapar e para que isso aconteça há que contar com a colaboração dos diversos seguimentos.