O comércio entre Moçambique e os Estados Unidos cresceu 45 porcento, para 418 milhões de dólares desde Outubro de 2010 até ao igual período do último ano, indicou a embaixada norte-americana no Maputo.
Os dados foram divulgados por ocasião da visita do embaixador Demetrios Marantis, representante-adjunto de Comércio dos Estados Unidos da América.
Demetrios Marantis lidera uma delegação que, desde Quarta-feira, está a negociar bilateralmente com o Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique o Acordo-Quadro de Comércio e Investimento Estados Unidos-Moçambique (TIFA, sigla em inglês), assinado em Junho de 2005.
Segundo a representação diplomática norte-americana no Maputo, entre Outubro de 2010 e Outubro de 2011, o comércio bilateral entre os dois países cresceu de 289 milhões de dólares (226 milhões de euros) para 418 milhões de dólares (326,9 milhões de euros).
Com o objectivo de reforçar esta cooperação, o embaixador Demetrios Marantis vai trabalhar, até sexta-feira, com o Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique e com o sector privado moçambicano.
A ideia é encorajar o melhoramento do ambiente de negócios no país e aumentar o comércio bilateral através dos vários mecanismos existentes.
Áreas visadas
Entre os referidos mecanismos destaca-se a Lei para o Crescimento e Oportunidades para África (AGOA, sigla em inglês), a utilização de Dispositivos para Escape de Tartarugas (TED), de modo a permitir a abertura do mercado dos Estados Unidos da América.
Moçambique foi um dos primeiros 38 países actualmente elegíveis para exportar cerca de 6500 produtos diversos para os Estados Unidos isentos de taxas alfandegárias, no âmbito da lei AGOA, tendo exportado dos EUA produtos energéticos, trigo, camiões e tractores.
Mas, de acordo com a Agência dos Estados Unidos para a Ajuda Internacional (USAID), Moçambique não está a tirar benefício da Lei da Oportunidade para o Crescimento Africano (AGOA), tendo exportado apenas cerca de sete milhões de euros em oito anos.
Numa avaliação divulgada em Junho de 2011, a agência referiu que, dos cerca de sete milhões de euros que Moçambique exportou para os Estados Unidos, entre 2002 e 2008, ao abrigo do referido mecanismo, 80 porcento correspondem a produtos têxteis e confecções.
O sector têxtil e de confecções moçambicano, de acordo com a USAID, debate-se com uma carga fiscal pesada, rigidez e falta de um regime laboral específico para o sector, bem como elevados custos e demora no despacho aduaneiro, insuficiências que explicam o baixo aproveitamento do mercado norte-americano.
Nessa perspectiva, “Moçambique deve criar um regime laboral específico para o sector têxtil, criar um regime fiscal comparável com os concorrentes e criar zonas económicas especiais para acomodar estas indústrias”, recomenda a USAID.
A AGOA foi aprovada pelo Congresso norte-americano em 2000, com o objectivo de dinamizar o comércio entre os Estados Unidos e África, através do acesso livre ao mercado norte-americano para promover o desenvolvimento económico do continente africano e incentivar a consolidação de reformas políticas.