Pelo menos 47 pessoas foram mortas por causa da violência tribal na noite de segunda-feira no Sudão do Sul, segundo as autoridades, numa nova etapa de um conflito que já deixou 60 mil desabrigados no mais novo país do mundo.
O Sudão do Sul tornou-se independente do Sudão em julho, conforme previa um acordo de paz de 2005 que encerrou décadas de guerra civil. Mas o governo local enfrenta a violência tribal e de rebeldes, que resultou em pelo menos 3.000 mortes em 2011.
Os novos incidentes começaram em dezembro no vasto Estado de Jonglei, onde a tribo Lou Nuer atacou assentamentos da rival tribo Murle. As autoridades locais dizem que até 2.000 pessoas já foram mortas, mas funcionários da ONU afirmam que a cifra provavelmente é muito menor.
Philip Thon Leek Deng, parlamentar e líder comunitário local, disse que uma milícia juvenil da tribo Murle atacou Duk Padyet, em Jonglei, na segunda-feira, matando principalmente crianças, mulheres e idosos da tribo Lou Nuer. “Eles não levaram gado. Só vieram pela aniquilação”, disse Deng a jornalistas em Juba, a capital do país.
A ONU diz que 60 mil pessoas já tiveram de fugir das suas casas por causa do conflito em Jonglei, onde a empresa francesa Total detém uma concessão petrolífera ainda praticamente inexplorada.