O Governo moçambicano está a projectar a criação de um “mercado abastecedor” para conferir um maior período de conservação aos produtos frescos vendidos no mercado grossista do Zimpeto, o maior mercado do país.
Segundo o ministro da indústria e Comércio, Armando Inroga, o mercado abastecedor poderá contar com uma infra-estrutura semelhante ao Terminal de Cargas da Matola (FRIGO).
O referido “mercado abastecedor” consiste num centro de abastecimento de produtos agro-alimentares, onde os diversos segmentos de retalhistas podem encontrar tudo o que necessitam.
O mesmo possui a particularidade de concentrar uma vasta gama de produtos alimentares, bem como actividades complementares e de serviços de apoio à actividade grossista.
Numa primeira fase, esta infra-estrutura vai servir para a conservação do tomate, com a possibilidade de extensão para outros produtos tais como a batata e, eventualmente, dotado de outros serviços incluindo lavagem, ensaque e conservação.
O mercado deverá ter capacidade de conservação de 100 toneladas de produtos diversos. Inroga, que falava recentemente a imprensa em Maputo, anunciou que paralelamente a esta iniciativa poderá ser instalada uma indústria para a produção de massa de tomate.
“No início de 2010 visitamos os mercados central e Zimpeto e vimos que os produtos frescos têm um período de vida curto, apodrecem rapidamente e não são reutilizados. Por isso, acreditamos que é preciso uma indústria para absorver estes produtos, mas a quantidade deve ser fixa e específica. Nesse contexto, estamos a trabalhar na criação de um mercado abastecedor e produtores para garantir disponibilidade de mercadoria, que nesta fase será o tomate” explicou.
Na ocasião, Inroga explicou que esta iniciativa está em preparação desde Fevereiro do ano passado e estima-se que para a sua materialização será necessário um investimento na ordem de dois a sete milhões de dólares.
De acordo com o ministro o Governo vai criar todas as condições para a materialização da iniciativa, mas através de investimentos privados. Assim, abre-se mais uma oportunidade de investimento no país.
“Este projecto não custa mais de sete milhões de dólares e o sector privado deve fazer a sua parte que é entrar com o capital” frisou.
Amiúde os vendedores do mercado grossista do Zimpeto queixam-se da falta de condições de armazenamento dos seus produtos que são conservados ao ar livre, dentro de camiões e debaixo de todas as intempéries, o que limita o seu tempo de conservação.
Aliás, as chuvas que caíram na semana passada na capital do país resultaram na deterioração de elevadas quantidades de cebola, razão pela qual os vendedores viram-se forçados a reduzir o preço para minimizar os prejuízos.