A Argentina pretende partilhar a sua experiência na agricultura com os camponeses moçambicanos para ajudá-los a melhorar a sua produção e produtividade, incluindo na produção de fruta tais como bananas, citrinos e frutos exóticos.
Para o efeito, uma delegação do Instituto Nacional de Tecnologias Agrícolas (INTA) manteve, recentemente, um encontro com os camponeses moçambicanos para discutir datas para o início de um projecto-piloto que poderá ter lugar entre Março e Abril do corrente ano.
Este movimento surge na sequência de um projecto similar lançado na vizinha África do Sul nos finais do ano passado.
O director para cooperação técnica internacional do INTA, Daniel Díaz, disse que a sua instituição irá procurar formas de replicar em Moçambique o sucesso do projecto Pro-Huerta da Argentina, onde ajudou cerca de 600 mil famílias a desenvolverem as suas áreas de cultivo.
“As áreas de cooperação com este país africano incluem saúde animal e das plantas, sementeira directa, biotecnologia, transferência de tecnologias e desenvolvimento de culturas”, disse ele, citado numa notícia publicada no portal “Fresh Fruit”.
Díaz disse acreditar no sucesso desta nova iniciativa dada a experiência e vontade de aprender manifestada pelos camponeses moçambicanos. A União Nacional de Camponeses de Moçambique (UNAC) considera este projecto como um grande impulso para os seus planos de aumentar a produção agrícola do país.
Refira-se que Moçambique possui cerca de 36 milhões de terra arável, das quais apenas pouco mais de 10 por cento estão sendo explorados. Apesar disso, reconhece-se o grande potencial agrícola do país para desenvolver muitas culturas, incluindo fruteiras.
Uma pesquisa recentemente realizada em Moçambique, Malawi e Zâmbia, indica que frutas como banana e manga podem contribuir consideravelmente para o crescimento económico dos países da região.
A pesquisa conjunta do Instituto Internacional de Agricultura Tropical e a Rede de Pesquisa e Desenvolvimento da Horticultura da África Austral concluiu que a banana e a manga são culturas importantes em algumas áreas que fazem a fronteira comum destes três países, não apenas como culturas de rendimento mas também para a segurança alimentar.
Segundo o estudo, a cadeia de valores da banana e manga nesses três países inclui inúmeros participantes principais, com destaque para produtores, comerciantes, processadores e consumidores.
“Se a comercialização desses produtos for melhorada, eles podem contribuir consideravelmente para o crescimento económico, especialmente ao nível micro como nos agregados familiares na áreas rurais”, indica o estudo publicado em Dezembro último.