A canalização de gás para uso doméstico no país só poderá ser feita após a ampliação do gasoduto e redimensionamento da estação de processamento de gás natural de Temane, na província de Inhambane, uma operação que deverá custar entre 20 e 30 milhões de dólares norte-americanos.
O Vice-Ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak Noormahomed, diz que o país dispõe de reservas de gás natural capazes de alimentar projectos de canalização daquele recurso para consumo domiciliário, bastando que sejam feitos os investimentos necessários à optimização da iniciativa.
Segundo Abdul Razak, depois de confirmada a existência de 3.6 triliões de pés cúbicos de gás natural nas bacias de Pande e Temane, em Inhambane, pesquisas adicionais conduziram à descoberta, este ano, de outras reservas na bacia do Rovuma, no norte do país, onde se estima que haja pelo menos 25 triliões de pés cúbicos daquele recurso.
Dados tornados públicos semana passada pelo Governo, indicam que estão em curso acções preparatórias visando canalizar gás doméstico para consumidores das cidades de Maputo e Matola e vila de Marracuene, esperando-se até finais do primeiro trimestre de 2012 que iniciem as primeiras intervenções em termos de redimensionamento das infra-estruturas já existentes.
Sobre o abastecimento deste gás, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, disse semana passada, no Maputo que, para os níveis de consumo daquele combustível previstos para os próximos anos, é de acreditar que mesmo que se assegure a canalização para os domicílios, a real demanda continuará por ser satisfeita, razão por que o Executivo continua a considerar a pertinência das importações de gás.
Consciente desta necessidade, segundo Namburete, o Governo e parceiros estão a realizar importantes investimentos a nível do porto industrial da Matola, visando criar facilidades para a atracagem de navios transportando gás processado noutras paragens. Actualmente, o gás doméstico consumido no país é processado na vizinha África do Sul, de onde vem a Maputo transportado em camiões.
Com relação à indústria extractiva, o vice-ministro dos Recursos Minerais referiu-se à existência no país de pelo menos 1100 licenças mineiras, das quais 840 são de prospecção e pesquisa, 100 na área do carvão, 140 são concessões mineiras e outras 140 certificados mineiros. Sobre o impacto real que a exploração de recursos minerais tem na economia nacional, Abdul Razak disse terem sido emitidas setenta e três senhas mineiras a favor das comunidades, ao abrigo das quais estas podem explorar recursos como ouro e gemas em moldes artesanais.
Segundo ele, além de ser uma janela de emprego e geração de renda aberta para as comunidades, esta prática assume-se como um mecanismo efectivo de controlo da exploração dos recursos, mesmo reconhecendo que persistem dificuldades sobretudo na fiscalização das actividades sazonais levadas a cabo por cidadãos de origem estrangeira. “
De uma maneira geral podemos dizer que a exploração da actividade mineira em Moçambique está a gerar crescimento do ponto de vista económico e social. Neste momento temos cerca de treze mil pessoas que ganharam emprego resultante do desenvolvimento de projectos mineiros na província de Tete, alguns em projectos com tempo de vida entre 30 e 35 anos”, explica Abdul Razak.
