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Forças sírias matam 25 e monitores visitam cidades

Forças de segurança sírias dispararam contra manifestantes antigoverno e mataram 25 pessoas, esta Quinta-feira, inclusive nas cidades visitadas por monitores dos acordos de paz da Liga Árabe que verificam se o plano para colocar fim ao derramamento de sangue está a  ser cumprido pelo presidente Bashar al-Assad.

A Liga Árabe espera que o seu acordo com Assad possa encerrar os nove meses de repressão e violência. Mais de 5.000 pessoas já morreram, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o que levou a sanções internacionais contra Damasco e temores de uma guerra civil.

Activistas anti-Assad afirmaram que a missão de monitoramento é pequena demais e facilmente controlada pela escolta das forças de segurança. Também há dúvidas sobre a credibilidade do chefe da missão, um general sudanês cujo governo desafiou um tribunal internacional de crimes de guerra pelo massacre em Darfur.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse que as forças de segurança de Assad abriram fogo contra manifestantes em várias cidades da Síria, deixando cerca de 100 feridos, além dos 25 mortos. Seis pessoas morreram em Hama, um dos focos dos protestos, enquanto os monitores chegavam na cidade para uma primeira inspecção.

O Observatório, sediado na Grã-Bretanha, disse que as forças de segurança mataram quatro pessoas em Douma, um subúrbio de Damasco. Moradores revoltados lançaram uma campanha de desobediência civil e milhares foram às ruas da principal praça para protestar.

“Os activistas pediram por completa desobediência civil. As ruas foram bloqueadas, as lojas estão fechadas e a cidade está paralisada”, disse Rami Abdelrahman, director do Observatório.

Visita dos monitores

As cidades visitadas, esta Quinta-feira, pelos monitores -Deraa, Hama e Idlib- ficam num arco de revolta de 450 quilômetros do sul ao norte da Síria. No seu centro está Homs, onde o segundo dia dos monitores teve um início polémico quando seu chefe sudanês reportou não ter visto “nada assustador” numa excursão inicial.

A missão árabe é o primeiro envolvimento internacional de destaque no conflito sírio, em que milhares foram mortos numa repressão militar contra o levante para acabar com os 41 anos de governo da família do presidente Bashar al-Assad.

Pouco antes, activistas anti-Assad disseram que não tinham visto sinal dos monitores nas ruas até o meio da tarde e não conseguiam entrar em contacto com eles ao telefone. Forças de segurança adicionais foram enviadas para as áreas inquietas que esperavam os monitores, disseram os manifestantes.

“Onde eles estão? Demos duro para essa visita, conseguimos testemunhas e mortes documentadas e locais de bombardeio. As pessoas querem marchar, mas os monitores desapareceram. A presença da segurança é realmente forte – parece que eles estiveram a se preparar como nós”, disse o activista Odei em Idlib.

Em Hama, activistas disseram que os manifestantes saíram às ruas da cidade para esperar a delegação da Liga Árabe, em meio a forte segurança com atiradores a apontarem armas pelas janelas no alto dos edifícios.

“As pessoas, realmente, querem encontrar (os monitores). Não temos muito acesso à equipe. As pessoas pararam de acreditar em qualquer coisa ou em qualquer um agora. Só Deus pode nos ajudar agora”, disse Abu Hisham, um activista da oposição em Hama.

Moradores do subúrbio de Harasta, na capital Damasco, disseram ter visto carros com um logotipo da Liga Árabe. Se os monitores estavam de facto ali, seria a primeira visita-surpresa que faziam.

Uma fonte no centro de operações da missão da Liga Árabe, no Cairo, disse, Quinta-feira, que houve um problema de comunicação, mas que o cronograma dos monitores foi mantido.

“Entramos em contacto com nossas equipes… o plano de hoje não será modificado e o único problema que tivemos hoje foi a péssima rede telefônica, que dificultou nossa comunicação com os monitores. Demorou para alcançá-los e determinar onde estavam”.

“Onde é que eles estavam?”

A menos que consiga estabelecer a sua credibilidade provando que tem acesso desobstruído a todas as áreas e é capaz de ouvir relatos não censurados, a missão da Liga Árabe pode não ser capaz de satisfazer todos os lados de que pode fazer um relato objectivo da crise.

A ONU estima que pelo menos 5.000 pessoas, a maioria manifestantes civis, foram mortas em nove meses de revoltas que Assad tentou conter com tanques e tropas.

Quinze pessoas morreram no primeiro dia de visita dos monitores, e activistas, temendo que a equipe da Liga Árabe seja ineficaz, disseram esperar que o massacre continue até que os observadores deixem o país.

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