Treze pessoas morreram na província de Hama, na Síria, esta quarta-feira, quando soldados dispararam contra um carro e provocaram uma emboscada de represália, disseram ativistas. Foi o último episódio violento em um levante de nove meses contra o presidente Bashar al-Assad.
A Organização Síria para os Direitos Humanos, sediada na Grã-Bretanha, disse que desertores do exército emboscaram um comboio de quatro jipes militares, matando oito soldados, em resposta ao ataque do Exército a um carro, que matou cinco pessoas.
A Organização das Nações Unidas disse que mais de 5.000 pessoas morreram na repressão de Assad contra protestos que começaram na cidade de Deraa, no sul, em março, inspirados nas revoltas árabes em outros países. Assad, de 46 anos, cuja família da minoria alauíta manteve o poder sobre a maioria muçulmana sunita na Síria por quatro décadas, enfrenta o mais sério desafio a seu governo.
As manifestações começaram com pedidos pacíficos por reforma, mas se transformaram em demandas pela saída de Assad. Uma insurgência armada vem abastecendo os temores de guerra civil. O governo sírio diz que mais de 1.100 membros do Exército, polícia e serviços de segurança foram mortos. A mídia estatal fornece relatos diários de funerais de militares, de confrontos frequentes com grupos armados e descobertas de explosivos.
Os Estados Unidos e a França, que culpam as forças de Assad pela violência, instaram o Conselho de Segurança da ONU a responder ao crescente número de mortos. Mas a Síria ainda tem aliados internacionais. Rússia e China bloquearam esforços ocidentais para garantir a condenação de Damasco, e na quarta-feira seu aliado regional mais próximo, o Irão, enviou sinais de apoio.
Segundo divulgou a agência de notícias estatal Sana, o ministro iraniano para o Desenvolvimento Urbano e Estradas, Ali Nikzad, em visita ao país, disse que o seu governo ficaria ao lado da Síria “e apoiaria sua economia e sua postura frente à grande conspiração contra ela”. A Sana disse que a visita de Nikzad a Damasco acontece depois da aprovação pelo Parlamento do Irã na terça-feira de um acordo de livre comércio entre os dois países.