Membros do Exército que protegem a sede da Presidência em Honduras entraram em confronto esta terça-feira com um grupo de jornalistas, na maioria mulheres, que exigem do governo ações para frear a violência contra os profissionais de comunicação.
Soldados da Guarda de Honra Presidencial lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra cerca de 60 jornalistas, depois que estes ultrapassaram um posto de controle que impedia o acesso à casa do governo, disseram testemunhas.
Os assassinatos de jornalistas somam 16 desde 2010 e a maior parte dos crimes não foi esclarecida. “Fomos atingidas com cassetetes e nos atiraram bombas de gás lacrimogêneo para nos reprimir, mas no fim conseguimos fazer o nosso protesto em frente à casa presidencial”, disse à Reuters Claudia Mendoza, uma das organizadoras da manifestação. “Vamos seguir exigindo o respeito à vida dos jornalistas e à liberdade de expressão. Que se esclareçam os assassinatos de nossos colegas”, acrescentou.
Os crimes contra jornalistas acontecem no meio de um aumento da criminalidade em Honduras, agravada pela presença de cartéis mexicanos da droga. Honduras é o país com o maior índice de homicídios na América, com 82,1 casos a cada 100 mil habitantes, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Um porta-voz da polícia confirmou à Reuters os incidentes e garantiu que nenhum jornalista foi ferido ou preso.