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Conferência da ONU aproxima-se do fundo climático

Negociadores de quase 200 países estão próximos de definir o formato do novo Fundo Climático Verde, destinado a ajudar as nações pobres a enfrentarem o aquecimento global e a participarem nos esforços de mitigação desse problema.

Os países ricos prometem chegar a 2020 a contribuir com 100 bilhões de dólares anuais para o fundo, mas os críticos dizem que o sucesso da iniciativa depende de um acordo mais específico sobre a origem e o destino das verbas.

“Tenho bastante confiança de que isso será feito de forma positiva”, disse o negociador norte-americano Todd Stern a jornalistas, Quarta-feira.

Segundo ele, restam ser resolvidos apenas alguns detalhes operacionais. A China diz que deseja que o fundo seja criado antes que o país aceite metas climáticas obrigatórias, sob um acordo internacional que entraria em vigor em 2020.

Outras nações em desenvolvimento também esperam que o formato do fundo seja definido em Durban. “É nossa prioridade que o fundo seja adoptado e se torne funcional na África do Sul”, disse à Reuters o representante brasileiro nas negociações, Luiz Alberto Figueiredo.

Questionado sobre a quantia a ser disponibilizada, Stern disse que a maioria dos países doadores espera que o fundo entre em funcionamento para fazer as suas contribuições.

Mas algumas fontes disseram que os Estados Unidos ainda estão a regatear a respeito da origem do financiamento a longo prazo, e sobre como mensurar as necessidades dos países mais pobres.

Parte da verba pode vir de uma taxa sobre as emissões de carbono da navegação internacional, mas não está claro se os ministros envolvidos na negociação irão adoptar propostas nesse sentido que apareceram no texto-base.

Em conferências anteriores da ONU, a cláusula sobre navegação já aparecia no texto-base, mas acabou derrubada nas declarações finais.

“Mesmo que o fundo seja estabelecido, esta semana, as realidades práticas devem limitar o seu impacto durante vários anos. Ele vai levar pelo menos 12 meses para ser criado, e o processo de avaliação implica que, provavelmente, não haverá dispêndio até 2015”, disse Nick Robins, analista de mudança climática do HSBC.

Especialistas que, há anos, trabalham na criação do fundo dizem que o acordo sobre o seu formato já é um grande feito, e que será mais fácil encontrar dinheiro quando ele estiver formalizado.

“Como os EUA eram o último grande empecilho ao Fundo Climático Verde, parece que estamos em boas condições de comemorar”, disse Andrew Light, especialista técnico há três anos envolvido no processo.

“Nas últimas cinco semanas, tenho viajado entre as partes, tentando criar espaço para resolver as diferenças entre os EUA e outros países. Ainda há apenas algumas questões a resolver, mas estou confiante de que chegaremos lá.”

Em termos mais amplos, a negociação climática continua empacada a respeito de como proceder a partir de 2013, quando expira a cláusula mais importante do Protocolo de Kyoto, que exige cortes nas emissões de carbono dos países industrializados.

A União Europeia diz que aceitaria renovar o Protocolo, desde que haja a adesão também dos três maiores poluidores globais – China, EUA e Índia, responsáveis, conjuntamente, por quase metade das emissões, mas que não participaram na atual fase do Protocolo de Kyoto.

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