A exportação do carvão de Moatize (Tete) para o Brasil vai inverter a balança comercial a favor de Moçambique, considerou o director do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Falando, Segunda-feira, em Maputo, Rubens Gama pronunciou-se sobre a necessidade de promover as relações comerciais com Moçambique, durante uma conferência de imprensa alusiva à missão brasileira ao Maputo, composta por cerca de 100 empresários que analisam oportunidades de negócios em Moçambique.
As relações comerciais entre Moçambique e Brasil têm sido dominadas pelo segundo país, que exporta mais do que importa de Moçambique, nomeadamente máquinas e equipamentos.
O director do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que o arranque da produção de carvão nas minas detidas pela brasileira Vale irá favorecer as exportações moçambicanas para o Brasil.
“A partir da venda do carvão de Moatize vai haver uma grande mudança da balança comercial, a questão estará resolvida quando o Brasil importar o carvão de Moçambique”, assinalou Rubens Gama.
O responsável do Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que, além de inverterem o saldo das trocas comerciais com Moçambique, as exportações da Vale vão impulsionar o volume da cooperação económica bilateral.
“Eu não acho que o grande problema seja de desequilíbrio da balança comercial, ela é muito modesta nos dois sentidos, é acanhada”, frisou Rubens Gama.
A dinamização das relações comerciais entre os dois países, acrescentou, será alcançada com a maximização dos investimentos em curso e a identificação de novas possibilidades de cooperação.
Além da mineração, que já conhece uma presença de peso de capitais brasileiros, a construção, agricultura, infra-estruturas, saúde, equipamentos e máquinas são sectores com forte potencial para investimento, assinalou Rubens Gama.