A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, prometeu incorporar os seus adversários no seu segundo mandato depois de uma esmagadora vitória na eleição, boicotada por seu principal rival, que alegou fraude no primeiro turno.
A presidente, recém-premiada com o Nobel da Paz, obteve 90,8 por cento dos votos, segundo apuração de mais de 86 por cento dos postos de votação do país. Mas sua vitória foi manchada pela baixa afluência a votação de terça-feira, que ressaltou as tensões existentes no país da África Ocidental ao invés de consoldiar as frágeis conquistas desde o fim dos 14 anos de guerra civil em 2003.
Pelo menos duas pessoas morreram quando autoridades dispersaram um protesto da oposição na véspera da eleição, e simpatizantes de seu principal rival, o ex-diplomata da ONU Winston Tubman, disseram não reconhecer a vitória de Ellen. O governista Partido da Unidade não conseguiu maioria nas eleições parlamentares do mês passado, o que poderá aumentar sua necessidade de buscar aliados.
No entanto, a presidente não especificou se isso significaria ceder postos no governo a Turban ou a outros líderes políticos. “Eu vou procurar o apoio de todos os candidatos presidenciais. Ainda não se sabe o que será oferecido”, disse a jornalistas na quinta-feira.
Em entrevista separada à Rádio ONU, Ellen afirmou que o fato de ter recebido o Prêmio Nobel da Paz, poucos dias antes do primeiro turno das eleições em outubro, significava que a ela precisava “dar um passo a mais” para promover a reconciliação.