Populares de Beluluane A, posto administrativo da Matola-Rio, no distrito de Boane, província de Maputo, saíram à rua na manhã da Quinta-feira última, exigindo o afastamento do seu secretário, Paulo Manala, que é acusado de travar o desenvolvimento daquele bairro.
Segundo escreve o jornal “Notícias” da sexta-feira, a população exige o afastamento do secretário do bairro, alegadamente porque este não faz nada para o desenvolvimento socioeconómico da zona, limitando-se apenas a cuidar dos seus negócios pessoais.
Para manifestar o seu posicionamento, os moradores montaram barricadas com troncos, impedindo a circulação de viaturas nas vias que dão acesso ao aterro de Mavoco e aos areeiros explorados pelo secretário do bairro.
A situação só ficou normalizada por volta do meio-dia, com a intervenção da Polícia da República de Moçambique (PRM), que chegou ao local fortemente armada e retirou as barricadas colocadas nas ruas.
De acordo com a publicação, há anos que o relacionamento entre as partes não é saudável, tendo a situação se deteriorado nos últimos meses. Paulo Manala passou ainda a ser visto como entrave para a instalação de condutas de água e rede de energia eléctrica em Beluluane A.
Além disso, Manala já foi acusado de usurpação de machambas dos camponeses e posterior transformação em quintas. Os moradores contam que uma decisão tomada pelo secretário do bairro terá deixado centenas de moradores do interior de Beluluane A fora da rede de abastecimento de água que na altura estava a ser colocada pelo Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG).
Igualmente, eles culpam Paulo Manala por o bairro, situado num dos maiores parques industriais do país, não possuir até hoje energia eléctrica, mesmo após pedidos feitos à Electricidade de Moçambique desde 2007/08.
Refira-se que o secretário do bairro é proprietário de uma empresa denominada Estaleiros Manala, que explora cinco crateras de extracção de areia para a construção civil.
A chefe do posto administrativo de Matola-Rio, Maura Macuácua, esteve em Beluluane para tentar amainar os ânimos da população, mas o diálogo com a população foi infrutífero.
Ela apelou a calma e explicou que a mudança da figura de secretário cabe a Frelimo, o partido no poder, e não necessariamente a direcção do posto administrativo.