O médico de Michael Jackson estava ao telefone com outro paciente minutos antes de descobrir que o cantor havia parado de respirar, disse a promotoria aos jurados esta sexta-feira, reforçando a tese da acusação de que Conrad Murray foi negligente.
Murray está a ser julgado em Los Angeles pela acusação de homicídio culposo. A promotoria mostrou ao júri uma mensagem de voz que ele deixou para um paciente cardiopata às 11h49 de 25 de junho de 2009, sete minutos antes do momento em que ele diz ter encontrado Jackson desacordado.
Jackson teve uma paragem cardíaca em decorrência de uma overdose de medicamentos, inclusive o anestésico propofol. Murray, que se diz inocente, admite ter administrado o sedativo no artista, como sonífero. A sua defesa alega que o próprio Jackson reforçou a dose quando estava sozinho no quarto, causando a própria morte. Mas a promotoria diz que o médico deveria ter ficado acompanhando Jackson, e em vez disso saiu para falar ao celular com outro paciente.
O julgamento começou há quatro dias, e Murray pode ser condenado a até quatro anos de prisão. Em depoimento nesta sexta-feira, o comerciante Robert Russell contou que ligou para o consultório de Murray naquele 25 de junho porque estava irritado com o cancelamento de uma consulta. Murray respondeu à ligação, deixando a mensagem. Russell disse que Murray salvou a sua vida com uma cirurgia em março de 2009, e elogiou o tratamento atencioso que recebeu do médico depois disso. Outra testemunha, funcionário da empresa que fabricou o equipamento de monitoramento cardiorrespiratório que Jackson usava no dedo, disse que a máquina não era indicada para um monitoramento constante.
Testemunhas anteriores descreveram esta semana cenas frenéticas na mansão de Jackson na manhã da sua morte, quando ele foi achado desacordado na cama, ligado a uma sonda intravenosa, a um coletor de urina e a um alimentador de oxigênio.