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Caminhos de Ferro de Moçambique reabilita Linha Férrea Maputo/Salamanga para escoar calcário

A empresa Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) está a investir oito milhões de dólares norte-americanos na reabilitação da linha-férrea que liga a cidade industrial da Matola e a localidade de Salamanga, distrito de Matutuíne, Sul do país.

Alves Cumbe, Director de Comunicação dos CFM, disse que a reabilitação desta linha, paralisada desde a guerra civil dos 16 anos e que terminou em 1992, tem como objectivo preparar a via para o escoamento do calcário para as fábricas Cimentos de Moçambique e uma outra ainda em construção em Salamanga.

Com uma extensão de cerca de 54 quilómetros, o ramal de Salamanga parte do distrito de Boane até Salamanga e liga-se a linha Maputo-Goba e tem uma capacidade anual para suportar a circulação de cerca de 600 mil toneladas de carga.

A ideia, segundo Cumbe, é reduzir o tempo de trânsito no trajecto Boane/Salamanga e vice-versa, passando das actuais 03:30 horas para 01:20 horas e aumentar a capacidade de tráfego da linha, saindo das 600 mil toneladas anuais para 3.400 mil nos próximos dois anos.

Segundo a fonte, a reabilitação da linha vai ainda ampliar a capacidade de carga da linha das actuais 16,5 para 20 toneladas por eixo, os desvios de 30 para 60 vagões e a velocidade média dos comboios, dos actuais 17 quilómetros por hora para 50.

Cumbe acrescentou que para além do transporte de matérias-primas e do cimento de Salamanga para Maputo e vice-versa, está-se a estudar a hipótese de introduzir uma carreira de transporte de passageiros, o que poderá servir para impulsionar o desenvolvimento da agricultura e outras actividades na região.

Salamanga é uma das regiões do país com grandes reservas de calcário, principal matéria-prima para a produção de cimento, usado na construção civil.

Com a instalação de mais um moinho na fábrica Cimentos de Moçambique, na zona industrial da Matola, que possui capacidade para produzir 600 mil toneladas de cimento por ano, há necessidade de ampliar o fornecimento da matéria-prima, sendo o comboio a principal alternativa para o transporte de grandes quantidades de calcário.

Até ao momento, a Cimentos de Moçambique transporta calcário com base em camiões, o que é considerado bastante oneroso pelos gestores da companhia. Por outro lado, a fabrica ora em construção em Salamanga vai produzir cerca de 800 mil toneladas de cimento “Portland” por ano.

Trata-se de uma iniciativa que resulta de investimentos moçambicanos e chineses, avaliada em cerca de 72 milhões de dólares norte-americanos, dos quais, cerca de 58 milhões serão aplicados na construção e a parte remanescente na exploração de uma mina de calcário localizada na zona.

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