Cinco assembleias de voto registaram um grande número de votos nulos, o que pode indicar a a possibilidade de ocorrência de fraude.
Em Matalane, a equipa editorial do Boletim viu realmente o pessoal da mesa invalidar votos para o candidato Renamo, Manuel dos Santos.
Na assembleia de voto 1894, Ossufo teve 207 votos e dos Santos 149, com 109 votos nulos. O presidente da assembleia de voto, Arsénio Geraldo Joaquim Nkabwebe, foi acusado de invalidar a maioria destes votos, colocando uma marca adicional sobre eles, utilizando a tinta indelével destinada a marcar os dedos dos eleitores.
O vice-presidente, Amido Fernando, também foi visto usando tinta indelével no polegar direito, para invalidar outros boletins favoráveis a dos Santos. A acção de Fernando foi testemunhada quer pelo Editor Adjunto do Boletim quer pelos nossos Assistentes de Pesquisa, Adriano Nuvunga e Tânia Frechauth.
Na assembleia de voto 1893, Chale Ossufo (Frelimo) teve 250 votos e Manuel dos Santos (Renamo) 66 votos, com um incrível número de 137 votos nulos. Destes 137, cerca de 115 foram boletins de voto em que o eleitor votou a favor dos Santos com uma impressão digital, mas cada boletim teve um traço idêntico, riscado com uma caneta azul, por cima da foto de Chale Ossufo. O presidente da assembleia de voto foi Antoninho Maia, que é director pedagógico da Escola 4° Congresso.
A assembleia de voto 1832, em Ontupaia, teve 140 boletim nulos. A sua comparação com as assembleias de voto vizinhas, 1829 e 1830, sugere que algo está errado:
Assembleia de voto | Dos Santos | Ossufo | Nulo |
1829 | 335 | 272 | 26 |
1830 | 247 | 216 | 26 |
1832 | 97 | 249 | 140 |
Em todas as três assembleias, os votos para Ossufo são semelhantes, mas na assembleia de voto1832, existem cerca de 150 votos a menos favorecendo dos Santos e 114 votos nulos extra.
Duas outras assembleias de voto também registaram um elevado número de nulos: EPC Mathapue 1839 com 72 nulos e EPC Murrupulane 1898 com 55 nulos.