O leilão da última obra de Malangatana, “A Italiana”, vai ficar sem efeito, revelou esta quarta-feira o filho do artista, Mutxhini Malangatana, afirmando que as licitações para o automóvel ficaram bastante aquém do “valor pretendido”.
“Não foi vendido, porque não atingiu o valor pretendido”, disse à agência Lusa, Mutxhini Malangatana, justificando que a oferta deveria situar-se “no triplo” da única proposta pública conhecida, de 150 mil dólares oferecidos pelo Banco Comercial e de Investimentos (BCI), do qual a Caixa Geral de Depósitos é accionista maioritário.
Em Maio, a Fundação Malangatana, em conjunto com a empresa João Ferreira dos Santos, doadora do automóvel Fiat 500, lançou o leilão da obra, na internet. A obra consiste numa pintura sobre a superfície do automóvel. O leilão, que terminou no dia 6 de Julho, apenas obteve duas propostas, mas apenas a do BCI foi tornada pública.
Mutxhini Malangatana disse ainda à Lusa que “A Italiana” irá novamente a leilão, mas, desta vez, este será feito “directamente por especialistas na área”, apontando um prazo nunca “inferior a dois anos”.
“A Italiana” foi a última e única obra do género de Malangatana Valente Ngwenya, que morreu em Janeiro deste ano, em Matosinhos, Portugal, aos 74 anos.