O cenário parece ser repetitivo nos últimos três meses na província da Zambézia. Os salários da função pública chegam atrasados as contas dos beneficiários. Gente com famílias alargadas que esperam logo no final do mês, receberem os seus salários, agora estão sem os mesmos, e o pior disso, ninguém diz nada.
Os funcionários públicos vivem de dívidas. Quer dizer, enquanto o salário não chega às contas dos que, durante trinta dias, deram o “máximo”, as pessoas continuam a pedir vale ou cometer dívidas onde quer que seja. Os agiotas, aqueles que dão dinheiro cobrando com juros, estão a sorrir, porque já sabem que terão mais clientela. O problema não é para menos, porque gente vai aos postos de trabalho sem moral, porque não sabem o que se passa com os salários. “Mês passado foi assim, agora o cenário repete-se”- disseram ao Diário da Zambézia alguns funcionários que se encontravam numa das máquinas automáticas, vulgo ATM, procurando ver os saldos das suas contas.
Mas também não viram nada. Ou seja, o saldo é negativo e quando é assim, resta ir ao posto de trabalho e ficar a espera até que o dia chegue.
Atraso de salários vs conflitos com a chefia
Já que o salário não chega, o problema começa a ser alargado a outros níveis. Os funcionários dizem que não tendo salários atempados, então o chefe não tem que pedir nada, porque o funcionário não tem vontade de trabalhar. “O chefe ainda pede trabalho, que trabalho se não temos ainda salários?” questiona um funcionário público.
Do lado da direcção provincial do Plano e Finanças da Zambézia, entidade responsável a nível local pelos pagamentos, ainda não há nenhuma informação em torno do assunto.